Em épocas passadas, um celeiro de craques no Agreste


Caruaru sempre foi celeiro de bons jogadores de futebol. Me lembro de alguns deles jogando no Central Parque, hoje Estádio Luiz Lacerda e no Estádio Antônio Ignacio de Souza, o famoso reduto do tricolor da Rua Preta, Vera Cruz.


 
Uma das formações do Central, no fim da década 50. Pissica, Adolfo, Caçula, Zezinho, Zé de Rita, Pelado, João Carlos, Lulinha, Pernambuco, Foice e Coveiro.  Com a entrada do clube no Campeonato Pernambucano, em 1961, ainda jogaram Pissica, Adolfo, Zezinho, Zé de Rita – passou a ser chamado pelo sobrenome Da Cunha -, Pelado e João Carlos.

Duelos empolgantes envolvendo as três principais equipes da cidade, Central, Vera Cruz e Comércio, coadjuvados por Rosarense e São Paulo. Aliás, este último tinha cores alviazulinas, posteriormente passou a ser rubro-negro.
No Central, time da minha predileção, guardo na lembrança, nomes como Pereirinha, Zezinho, Moacir, Pernambuco, Lulinha; Afonsinho Peneira, Berto, Celedino, Zé Bom, Milton, Pelado, cobrador de pênalti sem igual, Coveiro, goleiro extraordinário.
Fui testemunha de um jogo, não lembro contra quem o Central jogou, mas lembro que Coveiro pegou tudo nesse jogo, inclusive um pênalti. Após a partida, vi um cidadão se aproximar do arqueiro alvinegro e lhe entregar um maço de dinheiro pela exuberante atuação. Era o tal do amadorismo marrom.
O alvirrubro de Caruaru, Comércio Futebol Clube, também não ficava atrás dos seus congêneres. Nessa agremiação me lembro do competente goleiro Paulo, também chamado de Paulo de Júlio. Paulo Cabeção, bom zagueiro, miseravelmente assassinado num domingo ao cair da tarde na calçada do Café Rio Branco; Raposa, Corró, George, Rubens, e um ataque infernal com Guri (o ex-deputado estadual Hugo Martins), Maurílio, Maurício, Fernando Bidé.
A equipe do Comércio em 8 de julho de 1952. A partir da esquerda: Cassimiro, Perinho, Toquinho, Romildo, George, Ramiro Limoeiro, Maurílio, Guri, Nem, Biguá e Paulo de Júlio. (Cortesia de Lula Teófilo)

Bidé foi para o Náutico e passou a ser chamado de Fernando José, chegando a integrar a Seleção Brasileira de Futebol que disputou o Sul-Americano no Equador sob o comando do treinador Gentil Cardoso.
A equipe do Vera Cruz sempre foi páreo duro para o meu querido Central. O elenco do tricolor da Rua Preta, assim chamado o atual Bairro de São Francisco, tinha jogadores da estirpe de Cassimiro goleiro, o infernal atacante Cebinha, Felica, Neco, o centromédio Cassimiro Mala Velha, o arisco ponteiro direito Luiz de Neco, Bartolomeu  e tantos outros que dignificaram e honraram as hostes tricolores dos Irmãos Souza, Pedro e Antônio Ignacio.

São muitas lembranças a serem contadas sobre o futebol de Caruaru. Jogos que ainda povoam a minha mente. Alguns com cenas que merecem ser reavivadas para que uma geração mais nova tome conhecimento da pujança que foi o futebol da chamada Capital do Agreste.

Vera Cruz em 1957: Inaldo, Paulinho, Zezinho Pafigo, Paulo Preto, Celedino, Arnô, Pedrinho, Toinho, Felica, Bastos, Bartolomeu,  Cebinha, Zezinho, Zé Luiz (massagista), Paulo Leal (técnico), Luverci Ferreira e Severino Vasconcelos (Lale enfermeiro)
Por JOSÉ TORRES, jornalista






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