Presidente Ivomar vê karatê de Pernambuco retomando espaço



MARCELO ARAGÃO


O sensei Ivomar Young foi eleito recentemente para comandar por mais quatro anos a Federação Pernambucana das Associações de Karate - FPAK. O seu trabalho à frente da entidade iniciou-se em março de 2016. À época, o gestor encontrou um cenário turbulento, que apresentava diversas dificuldades. Para superá-las, foi necessário um esforço coletivo desenvolvido por várias pessoas. 

A FPAK conseguiu seguir firme até retomar o respeito no âmbito nacional. Podemos citar como exemplo, o salto que a Seleção Pernambucana deu no ranking brasileiro, saindo da 17ª colocação para a quinta.

Em relação aos obstáculos que estão por vir, o segredo tem sido colocar a mão na massa, arregaçar as mangas e trabalhar muito. 

Presidente da federação trouxe antigos karatecas de volta (Foto Marcelo Aragão)


Nessa entrevista, Ivomar Young faz um balanço do trabalho que já foi realizado e traça planos para o futuro.

JUNTANDO OS CACOS
Encontramos uma federação desunida e, naquele momento, o grande desafio foi juntar novamente os verdadeiros karatecas de Pernambuco. Infelizmente, a gestão anterior realizou um imenso desserviço à modalidade. Muitos clubes haviam se desfilado e buscado outras entidades. Esse enfraquecimento fez com que perdêssemos importância no cenário nacional. Desta   forma, a principal missão era convencer as pessoas de que   um novo trabalho se iniciava, com uma nova filosofia. Partimos para trazer de volta os atletas e professores que   se afastaram. Graças a Deus, conseguimos ter sucesso. Muitos amigos tinham parado de treinar por conta dessa divisão, porém, confiaram na gente e estão conosco, fortes.

PRIMEIROS FRUTOS
Já no primeiro ano do nosso trabalho, conseguimos destacar alguns atletas em competições nacionais. Pernambuco precisava   marcar presença, tendo em vista que era inadmissível estarmos de fora das disputas mais importantes. Esse foi o primeiro passo que precisou ser dado. A consequência veio com os bons resultados que nos fizeram ganhar 12 posições no ranking brasileiro, já que saímos da 17ª para a quinta.

BUSCA DE SUBSÍDUOS
Conseguimos montar nosso time no ano passado e, em 2019, sentimos a necessidade de fazer algumas mudanças, como formar uma nova comissão técnica. Estamos desenvolvendo um trabalho inovador e vamos implantar mais coisas nos próximos anos. Uma das nossas diretrizes é valorizar cada vez mais os professores, pois são eles que estão lá na ponta, descobrindo os valores. Por sua vez, os atletas também precisam ser mais valorizados. Neste cenário econômico atual, temos um imenso desafio pela frente. Vamos buscar os meios que deem os subsídios de que os nossos atletas necessitam.

MULHERES NO COMANDO
Inovamos novamente ao dar o comando da Seleção Pernambucana a duas mulheres. Isso é inédito no Brasil. As senseis Vanessa e Haissa estão fazendo um excelente trabalho. Além da questão técnica, elas estão se saindo muito bem, como gestoras, que é a parte mais complicada.   A escolha seguiu o critério do merecimento. Estou muito feliz com a decisão que tomei. Conquistamos 99 medalhas na etapa realizada aqui no Recife, do Campeonato Brasileiro, ficando na segunda colocação, atrás apenas da Bahia, que trouxe uma delegação bem maior do que a nossa.
"As senseis Vanessa e Haisa estão fazendo um excelente trabalho"  (Foto Marcelo Aragão)


PERNAMBUCANOS NA SELEÇÃO
Estaremos no comando da FPAK até 2023. Até lá, teremos muito trabalho. Precisamos assegurar que Pernambuco continue   ocupando   o   lugar   que merece no Brasil e fora dele. A nossa intenção é fornecer vários atletas para a Seleção   Brasileira, e   que   eles possam   disputar   o   Circuito   Internacional. Sabemos que isso custa caro. Atualmente, Pernambuco tem nomes que poderiam participar das várias competições realizadas fora do País, mas em virtude   da   dificuldade financeira, são impossibilitados. Mesmo   assim, conseguimos   enviar   competidores   para   o   Pan-Americano   e   para   o   Sul-Americano. Esse feito já é para ser comemorado.

RECUPERAÇÃO NACIONAL
O karatê brasileiro conseguiu na gestão do   sensei Luiz Carlos Cardoso   – presidente da Confederação Brasileira de Karate - recuperar a importância. Não havia representatividade. O esforço tem dado resultados importantes. O trabalho que é desenvolvido tem feito com que o Brasil volte a se destacar nos grandes campeonatos internacionais, inclusive, com atletas ocupando as principais posições do ranking mundial.

DESCENTRALIZAÇÃO
Vivemos um momento muito bom. Estamos de volta ao cenário nacional. O respeito foi recuperado. Conseguimos trazer grandes eventos, como o primeiro treino Arawaza realizado no Nordeste. A etapa do Campeonato Brasileiro   disputada   no Recife   foi   muito   elogiada.   Foram   mais   de   900 competidores, representando 24 Estados da Federação. Os principais nomes do esporte no Brasil estavam no Centro Esportivo Santos Dummont. Ficamos com a segunda colocação geral. Mais uma conquista que merece ser destacada.

INTERIORIZAÇÃO
Precisávamos descentralizar o karate no nosso Estado, que era muito forte na Região Metropolitana, mas ausente no Interior. Estamos dando apoio para que todos possam   disputar em condições de igualdade, a posição no ranking estadual e, com isso, fazer parte da seleção. Para isso, estamos realizando etapas do Circuito Pernambucano em diversas regiões, como Sertão, Agreste e Mata Sul.


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