SPORT, 115 ANOS



Primeiro Tri do Campeonato Pernambucano


Detentor absoluto do maior número de títulos de campeão estadual (42), o Sport Club do Recife, que está festejando nesta data (13/05/2020) seu 115º aniversário de fundação, pois surgiu em 1905, foi o primeiro clube a sagrar-se tricampeão pernambucano.
Nas duas primeiras décadas do século passado, só dava Sport e América em Pernambuco na disputa pela supremacia do futebol pernambucano.

Tirando o Flamengo, que levantou o primeiro campeonato, realizado em 1915, nos anos seguintes, apenas rubro-negros e alviverdes ergueram a taça de campeão. Vejamos: Sport, 1916/1917 (bicampeão) e 1920; América, 1918/1919 (bi) e 1921/1922 (bi).

As duas maiores forças de Pernambuco, na época, mostravam equilíbrio no duelo que travavam para deleite dos torcedores.

Santa Cruz e Náutico ainda não tinham o poder de fogo que têm hoje e por isso não conseguiam rivalizar com rubro-negros e alviverdes. Aliás, isso podia ocorrer, mas esporadicamente, principalmente da parte do Tricolor. Enquanto isso, equipes como o Torre, começavam a se projetar.

O Sport terminou desequilibrando o disputa com o Campeão do Centenário ao dar o primeiro grande passo para se impor de forma definitiva diante do torcedor de Pernambuco, com a conquista do título de tricampeão em 1923, 1924 e 1925.

Sport em 1924, no caminho do primeiro tricampeonato (Foto: acervo do blog)


Era a primeira vez que um time pernambucano, integrante do campeonato, conseguia tal proeza. O feito dos rubro-negros foi noticiado pelos jornais, embora que em espaços modestos, tendo sido ruidosamente festejado pela entusiasmada torcida leonina.

Bicampeão em 1921/1922, o América buscava o Tri em 1923, mas teve sua marcha interrompida justamente pelo Sport.

Ao levantar o campeonato de 1923, o Leão estava dando o pontapé inicial para a conquista do primeiro tricampeonato de sua história e do futebol de Pernambuco, de um modo geral. 

Naquele ano, os rubro-negros iniciaram a campanha, derrotando seu maior adversário da época, o América, por 2 x 1. No decorrer da competição, que teve dois turnos e foi disputado em pontos corridos, a equipe leonina superou os times que lhe poderiam fazer concorrência: Náutico por 2 x 1 e Santa Cruz por 4 x 1.

O Leão foi beneficiado por um WO diante do Centro Esportivo Peres, que não compareceu a campo, o que se repetiria no returno.

Era o mesmo Peres que havia sido goleado pelo América por 10 x 0, na segunda intervenção do Periquito no certame.

Convém lembrar que não ir a campo e perder por WO ou mesmo entregar os pontos antecipadamente, era um expediente comum naqueles tempos de noviciado e aprimoramento do futebol na Terra dos Altos Coqueiros.

No returno não foi diferente. Vitórias do Sport sobre alvirrubros, alviverdes e tricolores. A conquista rubro-negra foi confirmada por antecipação no dia 21 de setembro, com uma vitória por 1 x 0 diante do Santa Cruz.

Em 14 jogos, o Leão obteve 12 vitórias e sofreu duas derrotas, ambas para o Torre, uma força que despontava. No primeiro turno, a vitória do Madeira Rubra foi por 2 x 1; no returno, por 1 x 0.

ESPINHA DE GARGANTA – O Torre seria uma espinha de garganta para a equipe leonina no restante da trajetória que descambou no tricampeonato.
Em 1924, quando foi bicampeão pela segunda vez, depois de
 1916/17, o Sport, em 13 jogos disputados, obteve 11 vitórias, concedeu um empate e sofreu uma derrota.

De saída, uma ruidosa goleada de 9 x 0 sobre o Equador. Porém, novamente o Torre, já cheio de moral, se impunha diante dos rubro-negros. No primeiro turno, vitória da equipe rubra por 1 x 0, e no segundo, quando o Sport pretendia ir à forra, empate por 3 x 3. A conquista do título se deu com uma goleada sobre o Santa Cruz por 4 x 1.

Pensam que a perseguição do Torre terminou?  Em 1925, ano da consolidação do Tri, novamente o ‘calo’ rubro-negro voltou a dar o ar de sua graça. Derrotou o Sport, no primeiro turno, por 3 x 2. 

A torcida leonina já se mostrava acabrunhada diante do fato de seu time não conseguir vencer aquela equipe folgada, que sempre atrapalhava seus planos. Finalmente, uma explosão de alegria dos rubro-negros, no segundo turno, quando o Sport mandou para os ares toda a quizila, superando seu tenaz perseguidor pela incontestável contagem de 2 x 0.

POLÊMICA – O título de 1925 foi sacramentado em meio a uma grande confusão. O Sport, que havia derrotado o Flamengo com dificuldade no primeiro turno por 2 x 1, aplicou uma goleada de 7 x 0 no Alvinegro, que entrou para a história, como o primeiro campeão pernambucano, o que ocorreu em 1915.

O Flamengo colocou em campo uma equipe reserva, acusada de não ter se esforçado diante de um adversário tão poderoso. Com um ponto a menos que o Sport, o Torre – sempre ele – torcia para que houvesse pelo menos um empate, para decidir o campeonato com o Leão.

No dia do jogo, o Sport chegou a publicar uma nota oficial, afirmando que não se responsabilizaria por qualquer manifestação de desagrado que fosse feita ao Flamengo, salientando manter com o adversário as melhores relações de amizade.

Indiferente à celeuma, a torcida rubro-negra comemorou incansavelmente o pioneirismo de seu time, ao tornar-se tricampeão pernambucano, o que acontecia pela primeira vez. Na realidade, a superioridade do Sport sobre as demais equipes era incontestável. Ao longo do tricampeonato, foram 30 jogos disputados, com quatro derrotas, todas para o Torre, e três empates, 93 gols a favor e 38 contra.

O time que entrou para a história ao participar do jogo em que o Sport sagrou-se tricampeão, foi este:
 Jucá; Pedro Sá e Altino; Aureliano, Ademar e Adour; Whitam, Dubeux, Péricles, Ary e Aluízio.




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