O jornalista ADAILSON CRUZ,
de Aracaju, publica a matéria abaixo, no seu blog https://adailsoncruz.blogspot.com/
Não basta a pandemia do novo coronavírus que se instalou no mundo inteiro, sendo o pivô de uma
série de problemas em todos os segmentos sociais, eis que surge um pandemônio
criado pela FSF (Federação Sergipana de Futebol), quando a mesma informa que os
clubes rebaixados no Campeonato Sergipano 2020 (Lagarto e América), serão
beneficiados com a permanência no Campeonato Sergipano de Futebol 2021.
Com essa decisão, a FSF contraria seu próprio
regulamento e causa surpresa entre todos, uma vez que, os clubes foram
rebaixados nas quatro linhas, antes mesmo da suspensão da competição. A
interrupção do campeonato ocorreu após a primeira rodada do quadrangular final,
por conta do surgimento da pandemia do Covid-19.
SURPRESA
ESTARRECEDORA
Não sabendo exatamente quando seria o retorno do
campeonato, e tendo que dar uma resposta sobre a continuidade ou não do mesmo,
o presidente Milton Dantas, sempre foi contundente quando o assunto era o
retorno da competição, afirmando que não iria abrir mão dessa continuidade..Até aí, tudo bem.
O Lagarto, do torcedor ilustre, o espanhol naturalizado Diego Costa (Foto: Globo Esporte) |
O que não se esperava da parte da entidade é que o
dirigente maior do nosso futebol iria sugerir uma virada de mesa para salvar a pele
do Lagarto, em especial, agradando a políticos e dirigentes que viram seu time
sucumbir na primeira fase do campeonato.
A alegação do presidente da FSF sobre a virada de
mesa vergonhosa, é que a MP 984/2020, que nada tem a ver com o regulamento do campeonato,
autoriza as federações a anularem regulamentos, haja vista a MP 984 /2020
apenas tratar dos contratos de trabalho e contratos de transmissão dos jogos.
POLÍTICA NO MEIO
Logo após a decisão da FSF sobre o não rebaixamento
do Lagarto e do América, um político da cidade de Lagarto e alguns torcedores
do clube se manifestaram através de um vídeo, festejando o que podemos
considerar como uma vergonha para o futebol sergipano.
Entendemos que os políticos de Lagarto contribuíram
para a reforma do Estádio Paulo Barreto, juntamente com o atleta Diego Costa, do Athletico de Madrid da
Espanha, mandatário do clube, visando jogos do Lagarto na primeira divisão do Campeonato
Sergipano 2021. Todavia, com o rebaixamento do clube, o estádio só estaria
disponível para jogos do time no segundo semestre, quando começasse a série A2
do Sergipano.
Aí vem a manobra!
Diante de tal feito, já que há muito tempo não se
utilizava o Paulo Barreto de Menezes, deixá-lo ocioso, sem jogos do time
durante um bom tempo, seria um caos para a agremiação e para a cidade.
O que uma tratativa política não pode fazer para
ajudar um clube que tem um belo CT, um excelente estádio para jogos e uma
torcida apaixonada que não quer saber de seu time na segunda divisão?
Então, se não é pelo futebol, é pela conveniência.
Sendo assim, os clubes Lagarto e América continuam
firmes e fortes na primeira divisão 2021, graças à Federação e a complacência
dos clubes que apoiaram tal decisão.
Por que os clubes acataram o pedido da FSF? A
resposta é simples. Todos os clubes são gentilmente beneficiados pela FSF, e as
benevolências da entidade máxima do futebol sergipano aos clubes, certamente,
os credenciaram na votação a favor desse desserviço ao nosso futebol.
O América também escapou (Terra) |
Ninguém pode afirmar que o Miltinho e sua equipe
não tem feito um excelente trabalho na FSF, no entanto, não podemos negar
também que, manobras como essa, sujam a imagem do futebol sergipano e diminuem
a credibilidade dessa gestão, deixando o rastro de negror numa administração
que já foi questionada quando antecipou as eleições para o mandato seguinte,
sem nenhuma necessidade para tal deliberação, uma vez que a gestão não vinha
sendo contestada.
Se o nosso futebol não está nada bem dentro de
campo, muito menos fora dele.
Os reflexos da falta de planejamento dos clubes, da
falta de uma boa gestão, da falta de transparência, são os reais motivos para
que o nosso futebol esteja abaixo da crítica, com exceção, claro, do Confiança,
que ano após ano vem compreendendo que é preciso mudar de mentalidade.
Esperamos que a FSF reveja essa decisão, ou
começaremos a pôr em dúvidas o que até agora acreditamos ser politicamente
correto na entidade.
Basta ver os escândalos que já ocorrerem no futebol
brasileiro, justamente com ações dessa natureza. As viradas de mesas continuam
até hoje, sendo marcadas como atos negativos e torpes.
Para um presidente que disse não querer manchar sua
gestão com a anulação do campeonato, anular um artigo do regulamento para
favorecer o não rebaixamento dos clubes que por incompetência não conseguiram continuar
na primeira divisão, é bem pior ainda.
Fica a reflexão.
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