A ANTI-HOMENAGEM

No livro “Juazeiro Anedótico, lançado há algumas décadas pelo professor Raimundo Araújo, falecido há menos de um mês, o autor aborda uma homenagem que foi prestada a Praxedes Ferreira, técnico do Icasa, time de Juazeiro do Norte, uma fonte preciosa de temas curiosos, principalmente por ser polo de uma vasta região do Cariri cearense.

Praxedes Ferreira era uma pessoa muito bem relacionada e amada pela gente da terra do Padim Ciço. Só que no seu caso foi o tipo da homenagem ao contrário, uma anti-homenagem, digamos.

O treinador havia se desentendido com a Liga Desportiva Juazeirense que, em reunião de diretoria, resolveu outorgar-lhe o título de persona non grata. Pouco chegado ao português, que dirá ao latim, o ‘homenageado’ reagiu do alto de sua ingenuidade, com um comentário inocente. Ao ser entrevistado por uma rádio, que queria saber qual era sua reação diante do fato, Praxedes respondeu, em tom solene e garboso:

– Até que enfim, a Liga reconheceu o meu trabalho, como técnico e me prestou esta significativa homenagem.

Na realidade, Praxedes Ferreira havia recebido uma anti-homenagem.

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