PARTIRAM SEM DIZER ADEUS, DEIXANDO SAUDADES

 

(Foto: Hugo da Cunha/Olhares)

A indesejada das gentes tem manifestado seu poder para valer. Nos últimos dias ela se fez presente nos meus círculos de parentesco, convivência e amizade. Como num passe de mágica, as notícias têm chegado drasticamente, criando desolação e tristeza.

No curto espaço de uma semana deixaram o nosso mundo, fazendo a viagem sem volta:

FERNANDO IVO DA SILVA, meu primo e amigo, que há muitos anos residia em Brasília. Na infância e na adolescência convivemos na nossa cidade, Santa Cruz do Capibaribe. Depois, cada um tomou seu rumo. Algumas vezes foi à Capital Federal, a trabalho. Quando pude estive com ele e também com a prima Otávia, tendo sido tratado como um príncipe. Antes de Brasília, no Rio de Janeiro, onde Fernando morou antes de e mudar para o Planalto Central, com os pais, Ivo e Lilia e irmãos e irmãs. Seus tempos de adolescência no Nordeste foram revividos após a aposentadoria do serviço público. Passou a cuidar de suas “vaquinhas”, numa propriedade nas vizinhanças de Brasília. Eu e ele, ainda adolescentes, demos o nome de Otávio Limeira Alves ao estádio da Sociedade Esportiva Ypiranga Futebol Clube de nossa cidade. Chegamos a formar um time de meninos, na época em que o que se convencionou chamar de sulanca ainda era conhecido por retalho.

GENARO – FRANCISCO GENÁRIO SALES, cearense que virou pernambucano, médico, ex-jogador do Náutico. Várias histórias que aparecem neste espaço foram contadas por ele, como participante ou testemunha. Fez parte da célebre excursão do Timbu à Europa, em 1953, como jogador, médico e intérprete.

RUBEM – Gaúcho, oficial reformado da Aeronáutica, morador do prédio em que resido durante muitos anos. Gostava de futebol, torcendo pelo Grêmio e pelo Santa Cruz. Dizia ter sido em certo tempo terceiro goleiro do tricolor gaúcho, conhecido por Andrade, seu sobrenome.

NATHALIA – No verdor de seus 41 anos, partiu nessa terça-feira (3) levada pela terrível Covid-19, deixando um filhinho com poucos dias de nascido. O pai de Nathalia, o advogado Nivaldo Clementino, conhecido por Mimoso, faz parte de um pequeno grupo que se reunia semanalmente, todos nascidos em Santa Cruz do Capibaribe, para jogar conversa fora. Os encontros sucumbiram diante da pandemia.  Espero que o bom Deus dê forças ao amigo e conterrâneo, bem como à sua esposa Cleide para superar este momento tão cruel.

LULA AMORIM – Assim era conhecido o advogado Luiz José Dubeux Amorim. Durante muitos anos foi conselheiro e diretor do Náutico, atuando, principalmente, como representante do seu querido clube na Federação Pernambucana de Futebol e no Tribunal de Justiça Desportiva. Fazia futebol com desportividade e civilidade, embora defendesse intensamente os interesses alvirrubros. Conto um episódio em que esteve envolvido, no meu blog www.lenivaldoaragao.com.br e  no facebook.

PARCEIRINHO – Trata-se do oficial de justiça Wilson Paraíso Macieira, figura carimbada na Estância. Torcedor do Náutico, a exemplo dos irmãos, atravessou a pé o roteiro Arruda-Aflitos, em 1993, na noite em que o Santa Cruz tomou, na bola, um título que o Náutico já comemorava. A travessia de Parceirinho, como era conhecido, foi em,vão. 

Comentários