Em pé, Gentil Cardoso (técnico), Traçaia, Zé de Melo, Paulo, Geraldo, Elias e Edmundo (massagista); agachados, João de Maria (massagista), Edson, Waldemar, Zequinha, Givaldo, Zé Maria e Clóvis |
No ano passado, apesar das dificuldades, inclusive de apoio, quando a Covid-19 estava apenas espalhando seus tentáculos em nossa Região, resolvi contar a história da pernambucana Seleção Cacareco. Vestindo a camisa da CBD (Confederação Brasileira de Desportos, hoje CBF), a Cacareco representou o Brasil num Campeonato Sul-Americano Extra, a atual Copa América, realizado em dezembro de 1959, no Equador. Terminado o certame internacional, veio o Brasileiro de Seleções, no início de 1960, com a equipe alvi-azulina tornando-se vice-campeã, na melhor campanha de Pernambuco em todos os tempos.
Dos participantes daquele
momento histórico para o futebol pernambucano, encontrei dois ‘sobreviventes’, no
Recife, o ex-volante Zé Maria, paraense que na época defendia o Sport, e o
ex-ponta-esquerda Fernando (Bidé, depois José), do Náutico, nascido em Caruaru.
No prosseguimento da carreira, Zé Maria ainda defendeu o Náutico e o América.
Fernando vestiu as camisas do Santa Cruz, Sport e América e, fora do Estado,
foi do Palmeiras e Taubaté, em São Paulo, e do Cruzeiro, no Rio Grande do Sul.
Infelizmente, Zé Maria acaba
de nos deixar, neste domingo, 21 de março, aos 89 anos de idade. Para ele, vestir
a camisa do Brasil deu notoriedade aos jogadores, impulsionando-os para a
melhor campanha que Pernambuco já realizou no Brasileiro de Seleções.
– Apesar do apelido de Cacareco não
decepcionamos – disse-me Zé Maria.
Ao contrário do volante, que
começou na reserva e acabou se tornando titular, Fernando, 84, teve que se
render ao companheiro de posição Elias, o célebre Elias Caixão, com quem também
disputava a camisa 11 no Náutico, que teve seus dois pontas-esquerdas
convocados. Mais tarde, no Brasileiro, Mainha, do Santa, substituiu Fernando.
– Elias estava num grande
momento, comentou Fernando, que guarda uma lembrança ainda hoje aterrorizante
sobre a viagem da Cacareco a Guayaquil, no Equador.
– O avião (um Constellation da Panair do Brasil, quadrimotor
movido a hélice, a coqueluche da época) apresentou um defeito num dos
motores do lado direito e começou a perder altura. Tivemos que voltar ao Brasil
porque não havia condições de sobrevoar a Cordilheira dos Andes. Todo o mundo
ficou apavorado. Depois de realizado o conserto, no Rio, pudemos viajar em paz.
Zé Maria e Fernando guardaram
recortes de jornais que relembram a caminhada da Seleção Brasileira, mas nenhum
ficou com a camisa do Brasil.
– Terminado o campeonato, os
uniformes foram devolvidos à CBD – conta Zé Maria.
As camisas não eram
personalizadas, ao contrário de hoje, nem havia anúncios comerciais. Assim
sendo, poderiam ser reaproveitadas por outros jogadores.
Para que os torcedores da
época possam reviver, e os mais novos conhecerem a saga da Seleção Cacareco,
reproduziremos neste blog, as matérias produzidas para comemorar os 60 anos
daquela equipe, que ainda hoje é lembrada. Para evitar o cansaço do leitor, a
cada dois dias editaremos um capítulo da série Seleção Cacareco.
Cheguei a conhecê-lo gente da melhor qualidade
ResponderExcluirRepublicado no meu Blog
ResponderExcluirObrigado pela lembrança, Lenivaldo. Você sabe o quanto meu avô tinha de carinho por você. ♥️
ResponderExcluirObrigado pela lembrança, Lenivaldo. Você sabe o quanto meu avô tinha de carinho por você. ♥️
ResponderExcluirObrigado pela lembrança, Lenivaldo. Você sabe o quanto meu avô tinha de carinho por você. ♥️
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