SALADA DA GOTA

 

Brasileiros festejam a vitória por 2x0 sobre o Paraguai pelas Eliminatórias (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)



Tomo emprestado o título de uma antiga coluna publicada por um semanário de Caruaru, assinada pelo cronista esportivo Waldemar Porto. Faz muito tempo isso, mas para mim, a epígrafe se torna bastante atualizada, no que se refere à realização da Copa América no Brasil. Vai haver ou não vão vai haver?

A competição se realiza a cada dois anos e faz parte do calendário dos países situados na parte de cá do continente americano. Antes era chamada Campeonato Sul-Americano. Numa edição efetuada extraordinariamente, coube a Pernambuco representar o Brasil.

Portanto, nada a estranhar com a participação da Seleção Brasileira na competição, como está acontecendo com a presença da Canarinha nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022. Os jogadores sabiam que o evento internacional constava do seu roteiro profissional e têm demonstrado isso. Nada a contestar, desde que as datas das rodadas já faziam parte de sua agenda. Mas estavam cientes de sua realização fora de casa. Ou seja, noutro país.

O imbróglio surgiu depois que a Colômbia, para onde o torneio estava programado, desistiu. A Argentina, que estava também agendada, não se sentiu capaz de substituir os colombianos. Motivo alegado: a pandemia do corona vírus.

De repente, caiu no colo do Brasil, que não tinha se programado para tal. Seria um acontecimento formidável, espalhado por vários Estados, se não estivéssemos passando por uma situação tão difícil, com a Covid-19 ceifando milhares de vidas diariamente.

Mas não há outras competições correndo no País?, pergunta-se. Todas estavam marcadas antecipadamente e para que sejam realizadas, sem a presença de pública, o que será o caso da Copa América, há um rígido protocolo seguido por clubes e federações. Claro que a Conmebol está capacitada a cumprir todas as exigências. Pelo que se sabe, só as delegações virão ao Brasil. Não sei como se controlará a viagem de um ou vários torcedores de determinada seleção, com interesse, apenas, em viver o clima da Copa América, mesmo sem poder assistir aos jogos. Uma coisa sem graça, mas tratando-se de torcedor de futebol, tudo é possível.

A salada da gota de que nos falava o saudoso Waldemar Porto foi provocada pelo impacto causado com o anúncio da vinda da Copa América num momento tão inoportuno. O fato não teria causado tanta surpresa, se o nosso País estivesse inscrito desde o início, como sede reserva. O que não é o caso.

Para aumentar a salada, a danada da política entrou no meio. E nesse ponto, a Fifa não brinca em serviço. Há exemplos de times e até mesmo de países que cumpriram suspensões para intercâmbio internacional. Até mesmo para qualquer processo chegue à Justiça Comum, a entidade internacional que controla o futebol no mundo só admite a ação, depois de esgotadas todas as possibilidades nas esferas esportivas. Para completar, a bronca tá pesada na cúoula da CBF.E tome salada!  

Comentários