O gaiato Luciano Oliveira, seu carro 0K e seu cavalo
(Do livro Presepadas do Mundo da Bola, do jornalista cearense, técnico e empresário de futebol Adalberto Damasceno, lançado em 2003)
Revelado no Fortaleza, numa época em que o futebol cearense prestigiava a “prata da casa”, Luciano Oliveira foi um dos jogadores mais completos em sua posição de todos os tempos.
Jogava com elegância,
desarmava sem cometer faltas, driblava e lançava com os dois pés. Mas, era
extremamente gaiato e irônico.
Do Fortaleza ele foi
negociado para o Náutico e de lá, o Ceará trouxe, numa transferência
considerada de valores elevados para a época – início da década de 70.
Ganhou uma boa luva, comprou
o carro coqueluche de então – o Corcel – e foi se exibir com ele no campo
alvinegro, em Porangabuçu, dia de treino, de casa cheia.
Estacionou o carro novinho
atrás da arquibancada do gol, e foi treinar normalmente.
Quando retornou após o
exercício, viu que um dos pneus do carro estava vazio.
Foi ao vestiário, todo mundo
acompanhando, voltou com um revólver, e com tiros, furou os outros três pneus
do veículo, indo para casa de carona.
No dia seguinte, chega para
o treino montado num cavalo.
– Quero ver agora, se este
aqui também vai baixar pneu.
Luciano treinava divertindo
os colegas, e costumava mais insultar o paraibano Chicletes, gente boa demais.
Luciano lançava Chicletes,
que penetrava e dominava a bola para concluir com a perna direita.
– Com essa não, Chicletes, é
pra fora...
O atacante então, virava a
jogada, dominava para bater com a esquerda, e o Luciano lá do meio do campo!
– Com essa não, Chicletes. É
por cima...
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