Quarteto nordestino e camisa de Pernambuco no ouro olímpico

 

 

Seleção bicampeã olímpica: reforço nordestino (Foto:Lucas Figueiredo/CBF)

Com o goleiro Santos, o lateral direito Daniel Alves, o zagueiro Nino e o centroavante Matheus Cunha, o Nordeste contribuiu para a conquista do título de campeão olímpico masculino de futebol pelo Brasil. Torcedores da Paraíba, Bahia e Pernambuco festejam a presença deles na equipe que foi comandada por André Jardine nos Jogos Olímpicos do Japão.

CAMPINA GRANDE-CARUARU

Nascido em Campina Grande, na Paraíba, Aderbal Melo dos SANTOS, 31 anos, trocou sua cidade por Caruaru, Pernambuco, levando como endereço o Clube Atlético do Porto. Este é um tradicional formador de jogadores, com a finalidade de colocá-los no mercado.

Santos: Campina Grande-Curitiba, via Caruaru (Foto: xvcuritiba.com.br)

O goleiro tinha 16 anos em 2006, quando chegou à Capital do Agreste. Destacou-se nas equipes básicas do Gavião, e dois anos depois, em 2008, era negociado com o Athletico Paranaense, no qual se tornou profissional. Com 1,88 metro, se impõe pela eficiência, e antes de ser chamado pelo técnico André Jardine tinha figurado na lista elaborada por Tite para a seleção principal, que em 2019 realizou dois amistosos, contra o Senegal e a Nigéria.

OUTRO PARAIBANO

O centroavante Matheus Cunha, a exemplo de seu conterrâneo Santos, também é festejado pelos paranaenses, embora tenha nascido em João Pessoa, capital da Paraíba. Atualmente, com 22 anos, o autor do gol do Brasil no tempo normal da final com a Espanha – Malcom, que joga na Rússia, ,marcou na prorrogação – foi mais a sair de sua terra em busca de um futuro melhor. Foi bater no Coritiba, tendo atuado nas equipes de base. Saiu do Coxa Branca há quatro anos, sem jamais ter atuado na equipe princupal. Atravessou o Oceano Atlântico, e antes de ser contratado pelo seu clube atual, o Hertha Berlin, da Alemanha, defendeu o Sion (Suíça) e o Leipzig (Alemanha).

Matheus Cunha, orgulho dos torcedores paraibanos (Foto: polemicaparaiba.com.br)

Com 1,84 metro, antes do pódio reluzente na Olimpíada do Japão, ele foi das seleções brasileiras sub-20, em 2018, e sub-23, em 2019.  

A MEDALHA QUE FALTAVA

Daniel Alves festejado após a conquista do ouro olímpico (Foto: Jonas Figueirdo/CBF)

Com a conquista do ouro em Tóquio, a carreira do baiano de Juazeiro DANIEL ALVES da Silva está definitivamente glorificada. Aos 38 anos de idade, caminhando para o fim da sua trajetória nos gramados, o lateral direito do São Paulo, vê o amarelo olímpico salpicar seus pingos nos mais de 40 títulos conquistados em times de expressão, como Barcelona, Arsenal, Paris Saint Germain, Sevilla, Juventus.

Os primeiros passos no futebol institucional foram dados no Esporte Clube Bahia em 2001, de onde o hoje defensor do Tricolor do Morumbi saiu para fazer a vida na Europa, a partir do Vallencia.  

PERNAMBUCANIDADE

Possivelmente, muitos torcedores de outros Estados estranharam ao ver o zagueiro NINO entrar no campo, depois do jogo, caminhando para a cerimônia de entrega de medalhas, conduzindo à mão uma camisa representando a bandeira de Pernambuco. O fato, porém, emocionou milhões de pernambucanos, dentro e fora do Estado, onde Marcílio Florêncio Mota Filho nasceu. O zagueiro Nino, 24 anos (10/04/1997) é recifense, e com seu gesto cativou a simpatia dos seus conterrâneos.

A camisa lembrando o Estado natal foi-lhe entregue pelo repórter Tiago Medeiros, da TV Globo Recife, que a conseguiu junto ao seu colega André Gallindo, pernambucano, como Nino e Tiago, também da Globo, mas atuando há vários anos no Rio de Janeiro. Nino explicou que havia separado uma bandeira para levar consigo ao Japão, mas na hora de arrumar a bagagem, esqueceu-se dela,

Nino: camisa representando a bandeira de Pernambuco, no Japão (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Nino não tem história para contar sobre alguma passagem por clubes de sua terra. Surgiu no CT Barão, especializado, como o caruaruense Porto, em formar jogadores, o hoje campeão olímpico aos 14 anos deixava, o calor do Recife para tentar a sorte no Criciúma, no frio de Santa Catarina.  Deu certo. De lá rumou, já jogador feito, para o Fluminense, de onde foi chamado para ajudar, juntamente com Santos e Daniel Alves a carimbar o nome do Nordeste na grande conquista.

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