Atacante Benitez viveu nos Aflitos o ocaso de sua carreira
Campeonato
Pernambucano de 1957. Clássico dos Clássicos, nos Aflitos. Vitória do Náutico
sobre o Sport por 1 x 0, gol do limoeirense Zezinho, o mais tarde Zezinho
Caixão.
O Alvirrubro
naquela tarde de 22/9/1957, em pleno verão nordestino, alinhou Cazuza, Caiçara
e Lula; Caparelli (argentino), Zequinha e Nenzinho; Zezinho, Benitez
(paraguaio), Mozart, Paulinho e Elias.
O meia atacante
Jorge Duilio Benitez Candia, nascido
em Yagarión, no Paraguai, era mais um jogador da nação vizinha a atuar em
Pernambuco, seguindo os passos do centromédio Modesto Bria. Este defendera o Santa
três anos atrás, tendo também dirigido a equipe tricolor em período curto. A
exemplo do seu compatriota, Benitez, um meia habilidoso e goleador, procedia do
Flamengo, onde vivera o apogeu da carreira, depois de empolgar os conterrâneos
adeptos do Nacional de Assunção, e a ‘hinchada’ do famoso Boca Juniors, da
Argentina.
Bria entrou para a história
do primeiro tricampeonato flamenguista – 1942/43/44, e Benitez participou
decisivamente do segundo – 1953/54/55.
Na Gávea, o ambiente
lhe era favorável. Além de Bria, que ainda zanzava por lá, o rubro-negro
carioca tinha mais dois paraguaios, o técnico Fleitas Solich, apelidado de “Feiticeiro”,
e o goleiro Garcia.
Ao chegar ao
Brasil, o atacante, por sinal, indicado por Solich, tinha na sua ficha técnica um
feito notável. Era o paraguaio que havia marcado o maior número de gols pela seleção
guarani numa só partida, feito alcançado no Sul-Americano (hoje Copa América)
de 1949, no Peru. Na goleada de 7 a 0 sobre a Bolívia, ele balançou a rede
quatro vezes. No seu novo clube não decepcionou. No primeiro ano defendendo o Fla
foi o artilheiro do Campeonato Carioca, com 22 gols. O Urubu dava a volta
olímpica com Garcia; Marinho, Pavão, Servílio e
Jordan; Dequinha e Rubens; Joel, Índio, Benitez e Esquerdinha. (O potiguar Dequinha tinha sido
adquirido junto ao América-PE).
Benitez chegou ao Recife, com o campeonato de 1956 já em
andamento e foi embora em 1957, antes do encerramento do certame daquele ano,
que só terminou em 1958. Portanto, sua participação nas duas edições do estadual
foi apenas parcial. Nos 33 jogos que disputou vestindo a
camisa ‘branca e encarnada’, assinalou 34
gols. Se na estreia, em 10/6/56, derrota de 2 x 1 para o Sport, passou em
branco, uma semana depois mostrou a que veio, ao marcar quatro gols numa
vitória por 7 x 3 em cima do América. Este era tido
como grande, porém já iniciava a descida da ladeira rumo ao declínio.
Benitez encerrou sua trajetória alvirrubra num amistoso em Fortaleza,
em 17/11/57, no qual o Náutico derrotou o Ferroviário por 2 x 1. Despediu-se
marcando um dos gols do time pernambucano. O outro foi do mineiro Douglas. No
decorrer da partida, o técnico uruguaio Ricardo Diez o substituiu pelo
paraibano Zezinho Ibiapino. O paraguaio colocava o ponto final na sua exitosa
carreira.
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