LENIVALDO ARAGÃO
Bombas no ônibus do Bahia e agressões a jogadores do Náutico
Bombas desferidas no ônibus do Bahia. Jogadores do Náutico sendo insultados, até entrando no corpo a corpo com marginais que se passavam por torcedores. As duas ações, absolutamente condenáveis e merecedoras de severas punições aconteceram quase ao mesmo tempo, afastadas uma da outra por 800 quilômetros Tudo na noite dessa quinta-feira (24).
"Recepção" aos jogadores do Náutico no Aeroporto dos Guararapes (Foto: reprodução): |
Três bombas foram atiradas em direção ao ônibus do Esquadrão de Aço, quando este se aproximava da Arena da Fonte Nova para enfrentar o Sampaio Corrêa pela Copa do Nordeste. O goleiro Danilo Fernandes, ex-Sport, teve que ser conduzido de ambulância a um hospital, atingido no rosto, quase em cima de um dos olhos. O lateral esquerdo Matheus Bahia foi outro ferido pelos estilhaços, embora levemente, num braço. Paralelamente a isso, o momento de terror vivido pelos comandados do nosso conhecido Guto Ferreira foi dos maiores.
E um carro que vinha junto, dirigido por uma mulher, foi danificado por uma das explosões, embora a condutora do veículo não tenha se machucado. Mas só o susto... Classifico a atitude dos torcedores (?) baianos como um ato terrorista.
O incidente envolvendo
jogadores do Náutico aconteceu na chegada da delegação após a derrota para o Tocantinópolis,
pela Copa do Brasil. Não fosse a intervenção de seguranças do Aeroporto
Internacional dos Guararapes poderia ter havido consequência lamentáveis.
A verdade é que a atuação dos
malfeitores infiltrados no futebol multiplica-se e atinge o Brasil de ponta a
ponta. O mais popular esporte mundial cada vez mais perde o seu lado lúdico e
vai deixando de ser um divertimento sadio e familiar na terra das palmeiras onde
o canta o sabiá. O terrorismo tem invadido o terreno futebolístico, afastado
torcedores e evitado o surgimento de novos adeptos.
Na semana passada, o
Clássico dos Clássicos realizou-se sem público, mas por outro motivo, ou seja,
a proibição dos bombeiros à realização de jogos na Ilha do Retiro, Aflitos e
Arruda. Apesar disso, torcedores do Sport e do Santa se engalfinharam no centro
da cidade.
É mister que se saia da
passividade com que há décadas esse condenável procedimento vem sendo encarado e
haja uma forma mais concreta de enfrentamento. Num país em que se criam tantas
leis por que não se fazer uma específica, para valer, no sentido de banir esses
malfeitores que vêm amedrontando e afastando dos estádios as pessoas de bem? Cadeia
para abrigá-los por longo tempo existem. Só falta encaminhá-los!
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