O dia em que a boemia fez Antônio Maria driblar a morte
FERNANDO AZEVEDO-PIXOTO
ANTONIO MARIA, JORNALISTA, CRONISTA, COMPOSITOR, LOCUTOR DE RÁDIO, ERA
BOM DE FARRA TAMBÉM. ERA FILHO DE SENHOR DE ENGENHO E RICO NA INFÂNCIA. COMO
CENTENAS DE OUTROS DA ÁREA CANAVIEIRA, FICOU POBRE E PARTIU CEDO PARA
TRABALHAR.
HUGO DA PEIXA, FILHO DE USINEIRO, CONSIDERADO O MAIOR BOÊMIO DO RECIFE
ATÉ HOJE, HERDOU UMA FORTUNA, CONSUMIDA NAS PENSÕES DO PINA E NO MAXIME.
JUNTARAM-SE NUMA VIAGEM PARA O SUL E NA VOLTA UM STOP NA BAHIA E RETORNO
MARCADO NO NAVIO MARQUÊS DE BAEPENDI. AS FAMÍLIAS TINHAM INFORMAÇÃO QUE ELES
EMBARCARIAM NO PAQUETE E SABIAM O DIA DA CHEGADA. NO DIA 17 DE AGOSTO DE 1942,
O NAVIO FOI BOMBARDEADO POR UM SUBMARINO ALEMÃO. RAROS SOBREVIVENTES. AS NOTÍCIAS
CHEGAM À CASA DE DONA DIVA, MÃE DE ANTONIO MARIA, NA RUA AMAPÁ 72. COMEÇAM A
CHEGAR PARENTES, AMIGOS, NUM CHORO DESOLADOR. SEM DÚVIDA UMA GRANDE PERDA PARA
A FAMÍLIA E PARA A INTELECTUALIDADE BRASILEIRA. DIAS DEPOIS, OS DOIS FARRISTAS
COMUNICARAM-SE COM AS FAMÍLIAS. PASSARAM A NOITE NUMA PENSÃO DE SALVADOR,
CERCADOS DE AMORES E PERDERAM O NAVIO. SALVOS PELO AMOR E PELOS ORIXÁS QUE
PROTEGERAM ESSAS DUAS FIGURAS QUERIDAS DO RECIFE. A VOLTA À CASA, FOI
COMEMORADA COM OS QUE FORAM DAR OS PÊSAMES E OS CONVIDADOS E AMIGOS. A FARRA,
AS PENSÕES ALRGRES, A IMPONTUALIDADE, PASSARAM A TER UM OUTRO VALOR SOCIAL.
E ainda tem gente que tem a coragem e a insensatez de dizer que uma boa farra não serve pra nada.
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