Em 1963, Leão representou
o Brasil
no Torneio de Nova York
Em pé, Alemão, Valter, Leduar, Baixa, Tomires e Nenzinho; agachados,Garrinchinha, Djalma, Fescina, Abílio e Bentancor (Reprodução) |
Nesta
sexta-feira, 13 de maio de 2022, quando o Sport Club do Recife festeja seu 117º
aniversário de fundação, pois surgiu em 13/05/1905, relembramos uma das
passagens marcantes da história rubro-negra. Trata-se da sua participação, em 1963, no Torneio Internacional de Nova York.
Essa competição se realizava anualmente, reunindo equipes de vários países. O
Brasil tinha cadeira cativa, contando a cada ano com um clube diferente, com
preferência para o Centro-Sul. O futebol ainda era pouco conhecido no gigante
da América do Norte e a finalidade do torneio era disseminar o “soccer” entre
os americanos. Para isso aproveitava-se a paixão dos membros das colônias
estrangeiras pelo popular esporte.
Naquele
ano coube, portanto, ao Rubro-Negro representar o País. O locutor pernambucano
Antônio Cordeiro, da Rádio Nacional
do Rio, uma espécie de cônsul do futebol de Pernambuco na Cidade Maravilhosa, por
sugestão do presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Rubem Moreira, deu
a ideia a seu amigo Sérgio Vasconcelos, irmão da cônsul brasileira
SUSTO NA VIAGEM
A delegação leonina, com 23 pessoas,
viajou no fim de maio e hospedou-se no Hotel Croydon, onde morava o
ex-presidente do Brasil Juscelino Kubistchek, o fundador de Brasília. A
comitiva tinha estes integrantes:
Chefe, Eduardo Hipólito Cardoso, mais
tarde presidente do clube (1967/68)
Diretores: Alberto Galvão de Moura e
Antônio Palmeira
Jornalista oficial (na época, qualquer
delegação esportiva que saísse do País era obrigada por lei a levar um
representante da imprensa) Adonias de Moura (Diario de Pernambuco)
Convidados Antônio Cordeiro e Sérgio
Vasconcelos
Técnico: José Mariano Carneiro Pessoa (Palmeira)
Massagista e roupeiro: José Ramos
Jogadores:
Valter e Dirceu (goleiros)
Baixa, Nenzinho e Juths (laterais)
Alemão, Fioti e Tomires (zagueiros)
Laxixa, Leduar, Bentancor e Fescina
(meio-campistas)
Garrinchinha, Adelmo, Djalma e Abílio
(atacantes).
Seguiram ainda Hélio Pinto (Jornal do Commercio), Lula Carlos (Última Hora), Renato Silva (Rádio Clube), César Brasil e Fernando
Ramos (Rádio Jornal) e Lelino Manzela
(Rádio Olinda).
Na ida, depois de uma escala na República
Dominicana, o avião da Varig que conduzia a equipe leonina, teve que retornar
ao aeroporto. Vazamento num dos tanques de combustível. Problema resolvido,
logo o voo prosseguiu.
OS JOGOS DO LEÃO
Embora a sede fosse Nova York, o torneio
tinha jogos também em Chicago, onde o Sport estreou. Na noite de 29 de maio, um
sábado, o Leão debutou no torneio. Jogo disputadíssimo contra o Oro do México,
tendo havido um empate por 3 x 3, resultado considerado bom. Gols de Djalma,
Adelmo e Alemão, tendo a equipe leonina alinhado: Valter; Baixa, Alemão, Tomires
e Nenzinho; Leduar e Bentancor; Garrinchinha, Fescina, Adelmo (Abílio) e Djalma.
(Por
causa de um equívoco do narrador Fernando Ramos, o único a transmitir o jogo ao
vivo, todos os órgãos de comunicação de Pernambuco e do resto do Brasil
noticiaram uma inexistente vitória do Sport por 4 x 3. Essa história será
contada).
Dali para frente, só jogos
No dia 12 de junho, contra o italiano Mantova,
o Sport teve uma torcida especial, formada por tripulantes de um navio da
Marinha de Guerra do Brasil, que estava atracado no porto de Nova York. Inicialmente,
os marujos ficaram decepcionados porque o Sport chegou a estar perdendo por 2 x
0 e parecia destinado a levar uma goleada. Todavia, aconteceu a reação, e o
representante brasileiro terminou obtendo uma consagradora vitória por 3 x 2. O
Leão virou o placar com Djalma, Alemão e Abílio. O time entrou com Juths
substituindo Nenzinho na lateral esquerda. Durante a partida, o goleiro reserva
Dirceu substituiu Valter.
Após uma semana de descanso, salutar
para a recuperação de alguns jogadores lesionados, o Sport voltou a jogar, no
dia 19 de junho, tendo obtido sua segunda vitória. O adversário foi o Valenciennes,
da França. Placar de 3 x 2. Adelmo assinalou os três gols, fazendo o que hoje
se denomina hat-trick. O técnico Palmeira colocou em ação esta equipe: Dirceu;
Baixa, Alemão, Tomires (Fioti) e Juths; Leduar e Bentancor; Garrinchinha, Adelmo,
Abílio e Djalma.
Dia 23 de junho, véspera de São João, os
jogadores do bicampeão pernambucano (1961/62), tinham os festejos juninos brasileiros,
como uma lembrança distante. Sua preocupação era o Torneio Internacional de
Nova York. Por mais que tenham se esforçado, os companheiros do uruguaio
Bentancor não evitaram a segunda derrota. Perderam para o Kilmarnock, da
Escócia, por 3 x 1. Fescina foi o autor do gol de honra. A equipe rubro-negra: Dirceu,
Baixa, Alemão, Fioti e Juths; Leduar e Bentancor; Garrinchinha, Fescina, Adelmo
e Djalma.
Três dias depois, em 26 de junho, a despedida.
Empate de 1 x 1 com o West Ham, da Inglaterra, gol de Garrinchinha para os
brasileiros, cuja formação foi esta: Dirceu; Baixa, Alemão, Tomires e Juths; Leduar
e Bentancor; Garrinchinha, Adelmo, Abílio e Djalma.
O Sport foi o primeiro e único time de
Pernambuco a jogar nos EUA, até hoje. O time pernambucano disputou seis partidas,
e o balanço de sua participação foi plenamente equilibrado, com duas vitórias,
dois empates e duas derrotas,
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