BOLA E MARGINALIDADE

 No Brasil, futebol está se tornando diversão perigosa

 

Vila Belmiro em noite de guerra (Lance-reprodução)

Jogo terminado antes do tempo no tradicional estádio da Vila Belmiro por causa de bombas e sinalizadores, bem como outros objetos, jogados pela torcida local, além da tentativa de invasão do campo. Os atletas dos dois times correndo para o vestiário. Não foi em campeonato de pelada não. Aconteceu num dos maiores clássicos do futebol nacional, em jogo do Campeonato Brasileiro da 1ª Divisão,  no qual o anfitrião Santos perdeu para o Corinthians por 2 x 0. Felizmente, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) agiu imediatamente ao proibir a equipe que já foi a melhor do mundo de jogar com a presença de público em seu campo durante um mês. Não é apenas isso. Vem chumbo grosso por aí, uma vez que o Peixe ainda será julgado. A atual medida é preventiva.

Vinte e quatro horas depois, aborrecidos com a derrota do Vasco para o Goiás, em São Januário, seu palco, torcedores vascaínos se acharam no direito de acossar jogadores de seu clube só não partindo para a agressão física por causa da polícia. Antes, os desordeiros haviam atirado em direção ao gramado, no sentido de atingir jogadores, latinhas, copos, sinalizadores.

Como no caso da Vila Belmiro, a reação do STJD foi imediata: um mês sem o Vasco receber público para jogos em casa e sem ter direito a cotas de ingressos quando se apresentar fora. Nesse período, o Almirante, atual vice-lanterna da Série A, receberá Cuiabá, Cruzeiro e Athletico-PR, visitando Botafogo e América-MG. A exemplo do Corinthians, ainda comparecerá ao banco dos réus.

Entre nós, o Sport acaba de pagar uma punição por causa da invasão no jogo contra o Vasco, no ano passado, na Ilha.

Invasão dos centros treinamentos por delinquentes para intimidar jogadores virou rotina. Duelos entre torcidas rivais, as tais “organizadas” já fazem parte do contexto. Quando não podem se digladiar dentro dos estádios fazem sua guerra nas imediações, e até em pontos mais distantes, causando pânico a quem reside ou é obrigado a transitar pela área.

E os desordeiros flanando, enquanto o futebol vai se tornando um divertimento cada vez mais perigoso. Trata-se de bandidagem e o verdadeiro torcedor espera uma atuação drásticas das autoridades policiais, judiciais etc. Antes que os estádios brasileiros se transformem em meros museus.