Nancildo, entre o massagista João Colhado e o assistente técnico Schiller Diniz (Foto: Arquivo) |
LENIVALDO ARAGÃO
A respeito do comportamento de
muitos jogadores dentro de campo, hoje em dia, recebo mensagem do ex-jogador do
Náutico e do Ferroviário, técnico, inclusive do Sport, e preparador físico de
vários clubes, Hugo Benjamin: “Me lembrei de Nancildo Nepomuceno, , que jogou
com um lado do corpo enfaixado porque naquela época não havia substituição nas
partidas. No vestiário (do Náutico) havia uma foto sua escrito embaixo: HONRA
AO MÉRITO. Edinho e Duque mandaram tirar ela dali. Um absurdo. Invejosos. Quem
não tem passado nunca vai ter futuro. Nessa mesma época havia um quadro em
madeira com fotos e nomes de jogadores antigos. Também foi pro lixo. E a diretoria
conivente.”
O CRAQUE NANCILDO
Sobre Nancildo, o
pesquisador Carlos Celso Cordeiro, de saudosa memória, escreveu
“Quem acompanhou os jogos
do Náutico nos fins dos anos 50 e início dos anos 60 sabe:
Nancildo
era um craque.
Futebolisticamente,
poderia ter chegado muito mais longe.
Começou
a carreira de jogador de futebol nos times de base do Náutico.
Originalmente
era lateral direito.
Mas,
atuou, com igual eficiência, na posição de zagueiro central.
Em
1958 o Náutico foi campeão pernambucano de juvenis.
Entre
os campeões, um dos destaques era Nancildo.
Em
1959, depois de rápida passagem pelo time dos Aspirantes, ganhou a posição no
time principal.
E
ajudou o Náutico a decidir este Campeonato Pernambucano numa melhor de três com
o Santa Cruz.
Na
partida final, o Santa Cruz jogava pelo empate.
Empatou.
Ganhou
o título.
Mas,
nesta partida, a maior figura em campo foi Nancildo.
Em
1960 a história se repetiu.
O
Campeonato Pernambucano foi decidido, novamente, numa melhor de três entre
Náutico e Santa Cruz.
Desta
vez, deu Náutico.
Contundido,
Nancildo não participou da partida final.
Mas,
pela brilhante participação ao longo do certame, foi eleito o Craque do
Campeonato.
Nancildo
era um jogador que sabia se posicionar em campo e tinha grande senso de
cobertura.
Dotado
de ótima impulsão, era muito eficiente no jogo aéreo.
E,
além de tudo, era um jogador de muita garra.
O
fato a seguir demonstra o quanto Nancildo era um jogador valente.
Aflitos,
julho de 1961.
Jogo
contra o Sport.
Três
minutos de jogo.
Numa
disputa de bola, Nancildo e Osvaldo, atacante rubro-negro, se chocam.
Conseqüência:
Nancildo fratura a clavícula.
Naquele
campeonato não eram permitidas substituições.
Nancildo
permaneceu em campo durante os 90 minutos.
Valentemente.
O
jogo terminou 0×0.
Nancildo
só voltou a jogar em dezembro.
Na
fase final de recuperação da contusão, para adquirir confiança, disputou
algumas partidas pelo time de Aspirantes.
Foi
campeão de Aspirantes em 1961.
Voltou
ao time principal nas finais do Campeonato Pernambucano de 1961.
Disputou
as duas partidas finais da melhor de três.
Em
1962 Nancildo continuou como um dos destaques da equipe timbu.
No
início de 1963 ainda era um dos expoentes da equipe alvirrubra.
Numa
das últimas partidas de Nancildo pelo Náutico, estavam em campo:
Waldemar,
Paulinho, Nancildo, Salomão, Gilson Costa, Toinho (Givaldo), Miro (Nado), Bita,
China, Rinaldo, Nado (Lala).
Quase
todos Hexa Campeões.
Mas,
quando concluiu o curso, Nancildo optou pela Engenharia.
Os
alvirrubros perderam seu craque.
Craque,
que, com toda certeza, teria sido figura de proa no elenco Hexa Campeão.”
NO CT WILSON CAMPOS
Faz alguns anos, estive
com Nancildo. Foi no ainda embrionário CT Wilson Campos, no bairro da Guabiraba.
Inaugurava-se um alojamento para jogadores da base. Convidado pelos ex-craques
Ivan (odontólogo) e Salomão (médico), tocadores da obra, com o auxílio de muitos
alvirrubros, é claro, o engenheiro Nancildo Nepomuceno estava presente e se
mostrava maravilhado e entusiasmado. No seu tempo não havia nada daquilo.
Comentários
Postar um comentário