Foto: Arquivo/Reprodução |
MUDANÇAS JÁ!
CLAUDEMIR GOMES
A história nos mostra que toda
sociedade sempre foi reticente às mudanças. O NOVO segue assustando, embora
seja essencial ao crescimento. O mundo não para, segue em constante movimento,
numa dinâmica cada vez maior. É impossível entrar em sintonia com a nova era
com o pensamento congelado no século passado.
O Sport Club do Recife
vivencia nesta sexta-feira (04/10/2024), um dia histórico com a realização de
uma Assembleia Geral de Sócios onde serão votadas propostas para mudanças nos
Estatutos do clube. Uma matéria de suma importância para a vida da agremiação,
mas que sabemos ter sido pouco analisada por quem vai decidir: o sócio.
O Estatuto atual do Sport foi
aprovado no ano de 2017, numa Assembleia realizada à noite, e por aclamação. O
presidente executivo do clube leonino na época era Arnaldo Barros. E na
escuridão da noite, onde não existe transparência, foi gerado o que muitos
rubro-negros chamam de “monstro”. E este produto draconiano tem sido um dos
maiores impasses para que o Sport consiga dar saltos qualitativos nos novos
cenários do futebol brasileiro.
Os grandes clubes do futebol
pernambucano são todos centenários. Foram fundados no início do Século XX com
pensamento e filosofia de capitanias hereditárias. Apesar de todas as mudanças
de costumes e hábitos impostas pelas revoluções industriais, muita gente segue
chamando o clube de “meu”, e quer que tudo seja feito, e aconteça, “ao meu
jeito”.
“O tempo passou na janela, mas
Carolina não viu!”, como diria o grande Chico Buarque.
O pior legado das capitanias
hereditárias é a falta de transparência. Parece até a marca registrada de todas
as diretorias. Sigilo e Confidencial. Eis as palavras de ordem de todos. E
assim os leões vão falando em descansar na sombra da lenda de um sapotizeiro
esperando o Zepelim passar.
Acorda senhor! Estamos na era
dos drones.
Como jornalista, transito pelo
complexo sócio esportivo do Sport desde a década de 70. Acredito que, naquele
valioso espaço da Ilha do Retiro, é onde exista mais puxa saco por metro
quadrado no Recife. Cada ex-presidente tem seu grupo. Uns maiores, outros quase
insignificantes, mas todos, sem exceção tem os seus puxa sacos. O fuxico rola
solto. Nessa teia de aranha o NOVO não tem vez.
Certa vez inventaram uma
Assembleia Geral de Sócios à noite e fora do clube. Até o Boris Casoy gritou de
lá: “Isto é uma vergonha!”.
A Assembleia desta sexta-feira
é um parto pra lá de demorado. Era para ter sido realizada na gestão do
presidente Milton Bivar, mas os bastidores do clube estavam tão tumultuados que
ela foi postergada.
Houve uma sugestão para que a
Assembleia de hoje fosse adiada.
Apesar de alguns contrapontos,
acredito que, agora vai.
O Sport precisa entrar em
sintonia com o novo tempo!
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