Mais um encontro dos craques
da fase áurea do futsal alvirrubro
A velha guarda do futebol de salão – era assim chamado o futsal no tempo em que eles brilharam – mais uma vez se reuniu na sede do Náutico para a tradicional confraternização de fim de ano. Isso aconteceu nesse sábado (9), à tarde, já entrando pela noite. Embora se realizando anualmente no clube dos Aflitos, o evento conta com tricolores e rubro-negros que defendiam o Alvirrubro no tempo das conquistas gloriosas, como o eneacampeonato pernambucano, vários títulos regionais e a Taça Brasil, equivalente ao Campeonato Brasileiro, que ainda não existia, em 1976. Hoje aquela meninada, que jogava por amor, sem ganhar um centavo, é formada por gente formada nas universidades e na vida.
Como sempre o ex-presidente do
Santa Cruz, Mirinda, um dos craques do Timbu naquela época, esteve presente. Bem
como seu irmão João Antônio, atual presidente do América, também ex-salonista.
Outro tricolor na festa foi o ex-goleiro Luiz Neto, que o povão chama de
Paredão e que também foi do esporte da bola pesada. Entre algumas caras novas,
em relação aos eventos anteriores, destaque para Chiquinho, eterno ídolo da
torcida do Sport, recentemente eleito vice-prefeito de Olinda.
– Não cheguei a fazer parte de
nenhum clube, mas jogava em disputas escolares – explicava o ex-craque, agora
político.
– Todo o meu trabalho, durante
oito anos na prefeitura foi voltado para os esportes, que continuarão a ter
minha atenção – completou Chiquinho.
Quem chegava à sede alvirrubra
tinha sua atenção voltada para uma exposição das taças conquistadas pelo Náutico
no período áureo – 1965 a 1987. Além da foto do grupo, na qual entrei de gaiato
por imposição da turma, uma vez que como jornalista esportivo acompanhei a esplêndida
caminhada deles, havia um panfleto com as necessárias informações.
Gabriel, Alexandre e Ranulfo cuidaram
da organização da festa, no que se saíram muito bem. E as histórias provocadoras
de gargalhadas se repetiam, como esta, relembrada pelo ex-jogador de campo e de
salão e ex-técnico Ronaldo Ribeiro e por Wilson Chiarelli, também ex-salonista
e que se orgulha de ser filho de Waldemar, um dos maiores goleiros da história
alvirrubra dentro do gramado.
Comandado por Ronaldo, o
Náutico foi a cidade de Buenos Aires, na Mata Norte de Pernambuco, realizar um
amistoso. O treinador acionou logo os reservas Valdemar, Nena, Roberto, Edinho
e Tochó. Estavam no banco porque Ronaldo não podia utilizar todos de uma vez.
Mas a turma comeu de coco, e os gols foram saindo com alguma facilidade. No
segundo tempo, com o Náutico já ganhando de quatro, entraram em quadra os
titulares, que tinham passado a primeira fase no banco: Élcio, Chico, Wilson, João
de Deus – o tampa, e Mirinda.
Antes de a bola voltar a
rolar, Ronaldo Ribeiro foi abordado por um torcedor bastante aperreado:
– Seu técnico, deixe o time do
primeiro tempo mesmo. Eu apostei no Náutico e agora com os reservas entrando,
vou terminar perdendo meu dinheiro.
– Tenha calma, que você não
perde não – respondeu o técnico, tratando de tranquilizar o homem.
Se a situação já estava ruim
para a equipe da casa, agora, com o novo quinteto, foi que piorou. Para a alegria
do apostador.
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