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O ÍBIS DA PARAÍBA
O Campeonato Feminino da
Paraíba conta com 11 equipes. Uma delas se chama Íbis. As meninas do Pássaro
Preto da Torrelândia começam a entrar no anedotário, tal qual o nosso “pior
time do mundo”.
Há pouco, em jogo do certame
de 2024, o Íbis paraibano perdia por 5 x 0 para o Serrano. Uma tragédia estava
anunciada, mas a partida foi encerrada aos 29 minutos do primeiro tempo. As
ibienses, que haviam entrado em campo com apenas sete jogadoras, tiveram uma
atleta expulsa e, com apenas meia dúzia ficaram impossibilitadas de continuar
jogando. Menos mal, uma vez que a porteira estava escancarada e a boiada iria
passar, de vez.
Isso faz lembrar o Íbis
pernambucano, que antecedeu o da Paraíba. O de Pernambuco, nesse 15 /11 /2024,
que se avizinha, completa 86 anos de labuta. O da Paraíba nasceu em 05 / 05 / 1952, no bairro da Torre, em João Pessoa, a
bela capital da terra que um dia foi povoada pelos índios tabajaras e outras
etnias nativas. O Íbis de lá está, portanto, com 72 anos. Mas vamos relatar a
história.
Em 1962, o Íbis do Recife estava
levando uma tunda do Náutico, nos Aflitos. O time do rubro-negro do bairro de
Santo Amaro, batia que não era brincadeira, procurando, inutilmente, conter a
equipe alvirrubra. Não havia cartão amarelo. O árbitro Nelson Bento de Oliveira
tratava de conter os ânimos na base do diálogo. Estava pregando no deserto,
pois o pau continuou a reinar em pleno gramado do Alvirrubro. E tome expulsão. E o Íbis ficando sem força. A certa altura, o folclórico meia Bassu, soldado
de polícia e capitão do time, dirigiu-se a Sua Senhoria, como se dizia, na
época, referindo-se ao árbitro:
– Seu juiz,
até com quantos jogadores o time pode ficar em campo?
– Sete – respondeu Nelson
Bento, do alto de sua autoridade.
– Pois, o senhor é um filho da puta...
– E você tá expulso –
respondeu o mediador sem titubear.
O Íbis ficou reduzido a seis
jogadores, número insuficiente para continuar jogando. Foi a maneira encontrada
por Bassu para amenizar a goleada, que já estava em 8x0 (Bita-3, China-2,
Rinaldo-2 e Tião.)
O Íbis da Paraíba, segundo
conta o jornalista paraibano Francisco di Lorenzo Serpa em seu “Causos e Lendas
do Nosso Futebol”, disputou o Campeonato Paraibano de Profissionais em 1958 /59
/60, tendo sido vice-campeão em 1958 numa disputa com o Auto Esporte.
Zé do Figo foi um dos seus
jogadores mais célebres. A camisa do rubro-negro pessoense já foi vestida por gente
que teria fama nacional, como o ponta-direita Miruca (Treze, Náutico, Santa
Cruz e São Paulo).
Hoje, o Íbis participa bisonhamente
de uma ou de outra divisão básica, e do Feminino. Neste tem por concorrentes, Botafogo,
Diamante,
Fluminense-PB, Liga de Guarabira, Kashima, Desportiva Guarabira, Marretinha, Mixto-PB,
Serrano-PB e Spartax. Por conta de alguns abnegados vai se segurando como pode.
Voltando ao combativo Bassu, este,
indiciado na súmula do jogo, foi julgado e suspenso pelo TJD, pegou uma
suspensão, mas tanto fez, pois o que não faltava era jogador para defender o Íbis,a
troco de nada. Ou quase isso!
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