A
jogada na cachola do Príncipe Danilo
Danilo Alvim, o famoso centromédio do
Vasco da Gama e da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1950, que terminou se
transformando em técnico, tendo chegado a dirigir a equipe do Náutico, estava
quase descalçando as chuteiras, mas ainda defendia o Botafogo de Futebol e
Regatas. O time da Estrela Solitária era uma espécie de Instituto Butantã do
futebol. Cobra pra todo lado. Não era à toa que sempre dava de cinco a seis
jogadores, ou até mais, a cada convocação da Canarinha. O técnico era o
disciplinador Zezé Moreira, que também passou pelo futebol pernambucano, como
treinador do Sport.
Um dia, num treino, o Príncipe, como
Danilo era conhecido, por causa de sua classe, ao receber a bola, ouviu o grito
do treinador:
– Abre na direita, rápido, para
Quarentinha.
Danilo não abriu e Zezé ficou subindo
pelas paredes:
– Pronto ficou sem jogada – repreendeu o
técnico.
Mas, com um drible curto e um chute
calculado, Danilo meteu a bola pelo alto sem defesa para o goleiro. Com a
pelota no fundo da rede, virou-se para Zezé Moreira, batendo na testa e disse:
– Não perdi não. Ainda tinha uma jogada
na cachola.
Na época em que defendia o Vasco, Danilo
participou de uma temporada da equipe vascaína, no México. Certo dia meteu-se
numa farra e só retornou ao hotel, cambaleante, alta madrugada. Pela manhã, com
os jogadores reunidos, o técnico Flávio Costa anunciou uma punição para o
grande centromédio, um dos maiores que o futebol brasileiro já teve.
– O senhor Danilo, além de multado em
sessenta por cento dos vencimentos, acaba de perder a condição de capitão do
time – anunciou o treinador vascaíno, bastante irritado, numa conversa com o plantel.
Danilo interveio:
–
Seu Flávio, ser multado ainda vai, mas perder a posição de capitão, com isso eu
não me conformo, vai arrasar minha vida.
Risadagem geral. O técnico sentiu que era uma gozação e
quase sai na tapa com Danilo.
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