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Náutico, campeão de 1960: Gentil Cardoso (técnico), Nancildo, Waldemar, Milton Copolillo, Givaldo e Hélmiton (em pé), Tião, Agnaldo, China, Geraldo e Fernando (agachados) |
Waldemar; Nancildo e Milton
Copolillo; Carlos Zas, Givaldo e Hélmiton; Tião, Aguinaldo, China, Geraldo e
Fernando, o popular Fernando Bidé, vindo de Caruaru.
Com esta formação, o Náutico derrotou o Santa Cruz por 1 x 0 em 11 de dezembro de 1960, gol do ex-tricolor Tião, abrindo a série melhor de três que o levaria a se sagrar campeão pernambucano daquele ano. Três dias, nos Aflitos, nova vitória alvirrubra, agora por 2 x 1 (China e Tião-Nau; Lua-San) e volta olímpica pelo time da casa. Um detalhe interessante é que o técnico Gentil Cardoso e o ponta-direita Tião festejavam o bicampeonato, pois tinham levantado a taça no ano anterior, com o Santa Cruz. Nancildo, que havia se machucado no primeiro encontro, não pôde participar da final, tendo sido substituído por Paulinho. Depois, ao longo da campanha do Hexa entraram o alagoano Gernan e Gena, este vindo da base.
Numa reportagem que escrevi há alguns anos sobre o comportamento de muitos jogadores dentro de campo, ouvi o ex-jogador do Náutico e do Ferroviário, técnico, inclusive do Sport, e preparador físico de vários clubes Hugo Benjamin, que assim opinou: “Me lembrei de Nancildo Nepomuceno, que jogou com um lado do corpo enfaixado porque naquela época não havia substituição nas partidas. No vestiário (do Náutico) havia uma foto sua escrito embaixo: HONRA AO MÉRITO. Edinho e Duque mandaram tirar ela dali. Um absurdo. Invejosos. Quem não tem passado nunca vai ter futuro. Nessa mesma época havia um quadro em madeira com fotos e nomes de jogadores antigos. Também foi pro lixo. E a diretoria conivente.”
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Nancildo entre o massagista João Colhado e o assistente técnico Schiller Diniz |
O CRAQUE NANCILDO
Sobre Nancildo, o pesquisador
Carlos Celso Cordeiro, de saudosa memória, escreveu:
“Quem acompanhou os jogos do
Náutico nos fins dos anos 50 e início dos anos 60 sabe:
Nancildo era um craque.
Futebolisticamente, poderia
ter chegado muito mais longe.
Começou a carreira de jogador
de futebol nos times de base do Náutico.
Originalmente era lateral
direito.
Mas, atuou, com igual
eficiência, na posição de zagueiro central.
Em 1958 o Náutico foi campeão
pernambucano de juvenis.
Entre os campeões, um dos
destaques era Nancildo.
Em 1959, depois de rápida
passagem pelo time dos Aspirantes, ganhou a posição no time principal.
E ajudou o Náutico a decidir
este Campeonato Pernambucano numa melhor de três com o Santa Cruz.
Na partida final, o Santa Cruz
jogava pelo empate.
Empatou.
Ganhou o título.
Mas, nesta partida, a maior
figura em campo foi Nancildo.
Em 1960 a história se repetiu.
O Campeonato Pernambucano foi
decidido, novamente, numa melhor de três entre Náutico e Santa Cruz.
Desta vez, deu Náutico.
Contundido, Nancildo não
participou da partida final.
Mas, pela brilhante
participação ao longo do certame, foi eleito o Craque do Campeonato.
Nancildo era um jogador que
sabia se posicionar em campo e tinha grande senso de cobertura.
Dotado de ótima impulsão, era
muito eficiente no jogo aéreo.
E, além de tudo, era um
jogador de muita garra.
O fato a seguir demonstra o
quanto Nancildo era um jogador valente.
Aflitos, julho de 1961.
Jogo contra o Sport.
Três minutos de jogo.
Numa disputa de bola, Nancildo
e Osvaldo, atacante rubro-negro, se chocam.
Consequência: Nancildo fratura
a clavícula.
Naquele campeonato não eram
permitidas substituições.
Nancildo permaneceu em campo
durante os 90 minutos.
Valentemente.
O jogo terminou 0×0.
Nancildo só voltou a jogar em
dezembro.
(“Vi o dia em que ele levou
uma ‘cama de gato’ de Osvaldo e quebrou a clavícula. Foi bem em frente das cadeiras”,
comenta o jornalista Márcio Maia, alvirrubro, que fez questão de conhecer,
tempos depois, o valoroso jogador, pessoalmente.)
Na fase final de recuperação
da contusão, para adquirir confiança, disputou algumas partidas pelo time de
Aspirantes.
Foi campeão de Aspirantes em
1961.
Voltou ao time principal nas
finais do Campeonato Pernambucano de 1961.
Disputou as duas partidas
finais da melhor de três.
Em 1962 Nancildo continuou
como um dos destaques da equipe timbu.
No início de 1963 ainda era um
dos expoentes da equipe alvirrubra.
Numa das últimas partidas de
Nancildo pelo Náutico, estavam em campo:
Waldemar, Paulinho, Nancildo,
Salomão, Gilson Costa, Toinho (Givaldo), Miro (Nado), Bita, China, Rinaldo,
Nado (Lala).
Quase todos Hexa Campeões.
Mas, quando concluiu o curso,
Nancildo optou pela Engenharia.
Os alvirrubros perderam seu
craque.
Craque, que, com toda certeza,
teria sido figura de proa no elenco Hexa Campeão.”
NO CT WILSON CAMPOS
Faz alguns anos, este locutor
que vos fala esteve com Nancildo. Foi no ainda embrionário CT Wilson Campos, no
bairro da Guabiraba. Inaugurava-se um alojamento para jogadores da base.
Convidado pelos ex-craques Ivan (odontólogo) e Salomão (médico), tocadores da
obra, com o auxílio de muitos alvirrubros, é claro, o engenheiro Nancildo
Nepomuceno (Sudene e Chesf) estava presente e se mostrava maravilhado e
entusiasmado. No seu tempo não havia nada daquilo.
Vale salientar que o técnico
Gentil Cardoso, considerava o lateral o “craque padrão” dos Aflitos.
Amante do futebol, Nancildo batia
peladas de futsal entre os colegas de trabalho, mas parou ao completar 75 anos,
a conselho médico.
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