Futebol Brasileiro

Samir Xaud (Reprodução GE)


 

TEMPO DE LE BUBU E XAUD

 



CLAUDEMIR GOMES



 

Após uns dias recluso, distante do mundo digital, retorno assustado. A geografia do futebol brasileiro está mudando radicalmente com a iminente chegada do jovem Samir Xaud à presidência da Confederação Brasileira de Futebol. Junto com ele serão eleitos, e tomarão posse, oito vice-presidentes. Desse pelotão de ilustres, quatro são mandatários de federações do Norte e do Nordeste: Amazonas, Pará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Bom! Em tempo de Bebê Reborn vale tudo. Quando vejo esses disparates lembro, de imediato, da profecia do mestre Nelson Rodrigues: “Os idiotas vão tomar conta do mundo. Não por serem mais sabidos, ou inteligentes, mas porque são muitos”. A diarista que nos dá apoio há mais de cinco anos já avisou: “No final do ano quero um Bebê Reborn de presente. Com ele eu furo a fila do metrô e ninguém vai reclamar”. Com o apoio de 25 federações e 8 clubes, o médico infectologista não deixou espaço para a inscrição de nenhum outro candidato para concorrer as eleições da CBF. Será eleito por aclamação. Tal como seu antecessor, dias atrás. Mas o exército de judas lhe apunhalou pelas costas. 

Ednaldo Rodrigues (Reprodução GE)


O cara pálida, Ednaldo Rodrigues, não teve nem tempo de gritar: “Ainda estou aqui!”. Antes de ficar pregado na poltrona, perguntei para minha mulher se o mundo era um grande fake news. Ela me mandou tomar um banho de sol. Até tentei, mas tem chovido demais no Recife. O esforço tem sido grande para compreender a rota do progresso do futebol de Roraima, que está produzindo um novo Messias para salvar o futebol brasileiro. Ao seu lado, como fiel escudeira, a primeira mulher a ocupar uma vice-presidência na CBF: Michelle Ramalho. Viva o ineditismo. Sem perguntar para onde minha filha ia, entrei no carro dela, e bem apoiado no banco do carona, fui conhecer o novo colégio da minha neta. Numa pequena caminhada pelos corredores da entidade de ensino, referência na nova ordem, foi possível ouvir o produtivo e preocupante diálogo entre duas dondocas: “Não consegui comprar o Le Bubu!”. Exclamou a moça se esforçando, através de gestos, para mostrar que na sua bolsa de grife estava faltando um adereço. Ao chegar de volta em casa, corri para consultar o google. Ele me mostrou que Le Bubu não era outra coisa senão um boneco, desses feiosos produzidos pela indústria oriental. Confesso que fique decepcionado. Bubu era o apelido carinhoso do mestre, Adonias de Moura, no Diário de Pernambuco. Era assim que ele era tratado por Antônio Camelo, Zenaide Barbosa, João Alberto, Gladstone Vieira Belo, Lúcio Costa, Raimundo Carrero, Joezil Barros... Os amigos, Lenivaldo Aragão, Amaury Veloso, Márcio Maia, Ildefonso e nossa querida, Lêda Rivas não me deixam mentir. De repente me surge o dilema: o que é mais feio, Le Bubu como penduricalho nas bolsas das madames, ou Samir Xaud na presidência da CBF? Quem me deu a resposta foi o craque Ronaldo Fenômeno: “A safadeza vai continuar!”. De repente, os “bichos” que surgem nas queimadas, no Amazonas, vão nos revelar grandes gestores para o futebol brasileiro.

 

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