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Lenivaldo Aragão
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CLAUDEMIR GOMES
Os torcedores do Sport ainda comemoram a vitória – 1x0 – sobre o Grêmio, domingo (10/08/2025), na Arena Grêmio, em Porto Alegre. Resultado que pôs fim a um jejum de dezesseis jogos sem vitórias nesta edição do Brasileiro da Série A. Os leoninos mais novos fazem prognósticos otimistas afirmando que o resultado do jogo com o Tricolor Gaúcho será um “divisor de águas”.
Quem conhece a história do Clube da Ilha do Retiro, e teve o privilégio de testemunhar acontecimentos memoráveis, sabe que o 10 de agosto é tão importante para o clube, que um dia foi chamado de “Nação Rubro-negra”, quanto o 7 de setembro é para o Brasil. Tudo por conta da conquista do vigésimo título de Campeão Pernambucano conquistado pelo Sport em 1975.
Os anos 60 e 70 do século passado foram marcados por turbulências na política brasileira. Parodiando o grande Chico Buarque, neste período o Sport viveu uma das páginas mais infeliz de sua história, quando passou doze anos sem conquistar um título estadual. A época, os estaduais eram competições robustas, fato que transformavam os títulos domésticos em suprassumos do futebol tricampeão mundial.
O jejum de 12 anos sem títulos era torturante para a torcida do Sport. Embora o clube apresentasse, nesse período, crescimento e enriquecimento do seu patrimônio, com a inauguração de uma moderna sede na Ilha do Retiro, e um parque aquático que era referência no Nordeste, a escassez de títulos empanava o brilho daquele tesouro de pedra e cal. Conquistar o título pernambucano de 1975 era uma questão de honra e sobrevivência para o Sport.
A tão sonhada, e desejada, “revolução” rubro-negra, começava com a escolha de um grande comandante. A eleição para escolha do novo presidente, que aconteceu no dia 18 de dezembro de 1974, foi uma das mais disputadas da história do Sport. Os candidatos: José Joaquim Pinto de Azevedo e Jarbas Pires Guimarães, dois jovens com capacidade e crédito para mudar o rumo da história. Mais de 3 mil sócios compareceram ao pleito na Ilha do Retiro. A vitória de Jarbas Guimarães foi avassaladora com mais de 2 mil votos. Uma vitória que começou com a escolha de um slogan criado pelo jornalista e publicitário, Celso Rodrigues, e que soava aos ouvidos de forma imperativa: “SPORT 75 – 20 VEZES CAMPEÃO!”. Uma autêntica premonição.
Jarbas Guimarães tinha consciência que sua missão era hercúlia, e só seria vencedor de gigantesco desafio, se contasse com o apoio incondicional de grandes rubro-negros. Pra começo de conversa, carregava consigo a amizade do governador do Estado, Moura Cavalcanti, que sempre que a agenda permitia, marcava presença nos jogos do Sport, na Ilha do Retiro.
O novo presidente montou, o que ele próprio denominou de “diretoria de notáveis”, que respaldava o clube em todas as vertentes da sociedade. Buscou um técnico com amplo conhecimento da geografia do campeonato pernambucano, e cuja capacidade era traduzida em títulos: Davi Ferreira (Duque). Formou uma “tropa de elite” para vencer todas as batalhas do extracampo. Por fim, montou um elenco que foi apelidado de “Seleção da Ilha”, e imortalizado na música do Quinteto Violado: O SUPER TIME DA ILHA.
Um elenco que tinha Tobias, Toinho, Pedro Basílio, Djalma, Garcia, Jangada, Luciano Veloso, Tovar, Claudio Mineiro, Marcos, Assis Paraíba, Miltão, Peres, Dario... passou a ser cantado em prosa e verso pelo irrequieto torcedor rubro-negro certo de que o jejum de 12 anos sem títulos terminara.
Santa Cruz e Náutico, os outros postulantes do título estadual, possuíam grandes times, que para superá-los só mesmo montando uma “seleção” como bem fez o presidente Jarbas Guimarães assessorado pelo vice-presidente de futebol, Edson Mouri Fernandes.
O Pernambucano 75 foi disputado em três turnos, cada um com duas fases. O Náutico venceu o primeiro turno. Com a Ilha do Retiro interditada, por conta de obras no campo de jogo, o Sport fez todos os jogos como visitante. Os trabalhos foram acelerados. Quando voltou a jogar em casa o Leão venceu o segundo e o terceiro turnos. O título foi decidido num jogo extra com o Náutico, nos Aflitos: Vitória do Sport – 1x0 – gol de Assis Paraíba.
SPORT – Tobias; Marcos, Pedro Basílio, Alberto e Cláudio Mineiro; Luciano e Assis Paraíba; Miltão (Peri), Garcia, Dario e Peres. Técnico: Davi Ferreira (Duque).
O árbitro do jogo foi Sebastião Rufino. Sua atuação pontuada de erros é questionada pelos alvirrubros até hoje. Reclamam da não marcação de dois pênaltis (um em Baiano e outro em Jorge Mendonça), e da anulação de um gol de Dedeu.
SPORT 75 – 20 VEZES CAMPEÃO!
A profecia se concretizou mudando o rumo da história do Clube da Ilha do Retiro. Na sua campanha vitoriosa em 1975, o Sport marcou 88 gols e sofreu apenas 18. Dario foi o artilheiro do Pernambucano com 32 gol
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