ENCONTRO DE AMIGOS

 



 CLAUDEMIR GOMES


 

De acordo com dados e projeções do IBGE, nos últimos 25 anos o número de idosos no Brasil quase que duplicou, representando hoje 15,6% da população brasileira. A expectativa é de que em 2070 o Brasil venha a ter 75,3 milhões de pessoas com mais de 60 anos. Vale lembrar que, em 1970, quando o futebol brasileiro conquistou o seu terceiro título mundial, a população do País era de 90 milhões de habitantes. Esta semana, a convite do amigo, Cel. Inaldo Alves, participei de um encontro de oficiais da Polícia Militar de Pernambuco, todos com mais de 60 anos, fato que nos permite chamar o grupo de “Elite da Reserva ou Reserva Especial da Elite”. O encontro, que acontece mensalmente, não é novidade. Foi idealizado pelo saudoso, Cel. Adilson Wanderley, em meados dos anos 90, no século passado, de forma tímida, mas com proposta ousada. Ao longo dos anos as adesões aumentaram proporcionalmente ao número de oficiais que passaram para a reserva. A pandemia da COVID19 impôs um hiato, e somente agora os encontros voltam a ter a dinâmica desejada por todos. O Grupo Cel. Adilson Wanderley – assim foi batizado – atualmente está sendo capitaneado por Inaldo Alves, um dos bons amigos que o futebol me presenteou. Inaldo é daqueles nordestinos que carrega consigo a elegância de um lorde inglês. Sorriso fácil, gentil, de habilidade pouco comum no trato com as pessoas, traduz, sem esforço, a leveza do ser. O trabalho de catequese que vem realizando, tem por objetivo colocar os amigos da turma dos 60+ em sintonia com a nova ordem. A troca de experiências, o reencontro selado por abraços; recordações de feitos e conquistas memoráveis, me levaram a testemunhar uma explosão de sentimentos que aflora a cada encontro dos “velhos” amigos. A última reunião teve como pano de fundo a palestra proferida pelo Cel. Pereira Neto, Secretário de Segurança de Olinda, que abordou o tema: Guarda Municipal Armada. Pragmático, o palestrante impressionou a todos pelo domínio de um tema que vem sendo bastante discutido, que é a municipalização da Polícia Militar, cujo primeiro passo para o processo considerado irreversível, é a Guarda Municipal Armada. Durante três décadas a Polícia Militar de Pernambuco entrou em campo, e jogou junto, com os três grandes clubes recifenses: Santa Cruz, Sport e Náutico. É que neste período, a preparação física dos times era da responsabilidade dos oficiais da PM. Inaldo Alves, Marcos Soares, Adelson Wanderley, Genivaldo Cerqueira, Geceraldo Siqueira, Vulpian Novais... É importante ressaltar a contribuição efetiva que a PM deu ao hipismo pernambucano, tendo como referência o campeoníssimo Cel. Weldon Nogueira. A presença dos militares no comando da preparação física dos clubes pernambucanos era um cartão de apresentação e uma chancela da eficiência traduzida pelo bom desempenho dos jogadores em campo. Época em que os grandes clubes contratavam apenas treinadores, pois o restante da comissão técnica era da casa, e de qualidade comprovada. Ao migrarem do trabalho de campo para o trabalho burocrático, os oficiais da PM mostraram competência e domínio no caótico cenário do futebol brasileiro. Detalhe: nunca se ouviu nada sobre envolvimento dos oficiais da PM, quando exerceram cargos diretivos nos clubes, em transações envolvendo jogadores e empresários, que viesse macular a conduta desses profissionais. O encontro foi bom demais para rever amigos que tanto contribuíram num período em que o futebol pernambucano era visto como GRANDE. Ah! O Grupo Cel. Adilson Wanderley não é o Clube do Bolinha, as mulheres participam das reuniões de forma efetiva. Elas têm até grupo no WatsApp.

 

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