A BUSCA DO PROTAGONISMO

 

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CLAUDEMIR GOMES



Nesta terça-feira começam as disputas da 71ª edição da Champions League, a competição de interclubes mais cobiçada do planeta. Nesta temporada, nada menos que 56 jogadores brasileiros foram inscritos na fase de “Ligas”, onde cada time disputará 8 partidas, sendo quatro como mandante e quatro como visitante. A competição europeia reúne, nesta primeira fase, 36 equipes, que estarão representando 11 países. Apenas sete times não têm jogadores brasileiros em seus elencos. Como toda disputa com expressiva quantidade de participantes, existem clubes que passarão de passagem, ou seja, são candidatos a serem figurantes no pelotão dos 12 primeiros desclassificados; clubes intermediários que buscam afirmação e os ”gigantes” que sempre são credenciados ao título. A quantidade de jogadores brasileiros dá para formar cinco times. Está explicado por que o técnico da Seleção Brasileira, Carlos Ancelotti, em suas convocações, recruta a maioria dos atletas nos clubes europeus.

Nesta busca pelo protagonismo na Champions, veremos brasileiros vestindo as camisas do Real Madri, Barcelona, como também, os uniformes do Qarabag, do Azerbaijão e do Kairat Almaty, do Cazaquistão. A maioria desses 56 atletas brasileiros é desconhecida da grande torcida brasileira. Sinais dos tempos. Com dezenas de edições de sucesso, a Champions funciona como protótipo entre as competições continentais. Se conectou rápido com a nova ordem dando um salto de qualidade ao agregar valor aos clubes e aos atletas individualmente.

Como não existem mais barreiras, todas as portas foram abertas para profissionais dos sete continentes. A disputa atrai a atenção de milhões de torcedores, dando uma contribuição efetiva para a consolidação do futebol como um dos negócios mais rentáveis do mundo. Os números da final da Champions 2024/2025 são impressionantes: 380 a 400 milhões de pessoas sintonizadas no evento. Números que impulsionam a venda de produtos no mundo inteiro.

Em conversa com o jovem, Guilherme Medeiros, 15 anos, aluno do Colégio Núcleo, fiquei impressionado com seu conhecimento sobre a Champions. Citou um grupo de dez amigos que conhecem muito mais sobre os clubes e a competição europeia do que a respeito das equipes e do Campeonato Brasileiro, pois é lá que acontece o brilho das estrelas. Questão de qualidade! Esta seria a resposta a ser dada pela maioria dos que gostam e acompanham o futebol. Mas a comunicação é um fator determinante no aumento deste distanciamento, assim como a valorização e preservação da história. Quantos dos considerados grandes clubes do futebol brasileiro têm um museu? Não estou falando de depósitos de troféus. A maioria ostenta uma minguada sala com peças que registram a história gloriosa, mas não há ninguém para contar a história aos visitantes. Uma lástima.

Em tempos de Inteligência Artificial é possível sonhar com uma “revolução” no setor de comunicação dos clubes brasileiros. Afinal, a preservação da história é de fundamental importância para que os jovens de hoje não pensem que, o futebol foi criado junto com a Champions League.

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