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| Foto: Reprodução |
RESSURREIÇÃO TRICOLOR
Por CLAUDEMIR GOMES
O Santa Cruz deu o primeiro
passo para a ressurreição.
Aleluia!
É voz corrente que a Série D
(Quarta Divisão) do Campeonato Brasileiro é um inferno. Se houvesse a Série E
seria chamada de “quinta dos infernos”. Sendo assim, depois de passar quatro
anos ardendo no mármore do inferno, o Tricolor do Arruda deu início à retomada
do crescimento ao assegurar seu acesso à Série C, no próximo ano.
Já que estamos na verve da
teologia, podemos afirmar que o Santinha está de volta ao limbo, aquele espaço
onde as almas se purificam. Menos mal. Entretanto, o caminho que leva de volta à
Série A é bem mais desafiador do que o de Santiago de Compostela, o preferido
dos católicos para suas peregrinações.
Nos últimos 20 anos, o Santa
Cruz disputou 2 edições de Série A; passou 4 temporadas na Série B e fez morada
por 14 anos na Série C (7) e na Série D (7). A exposição dos números nos leva a
um entendimento do porquê de tanta comemoração de uma saída da quarta divisão
do Brasileiro.
“É o nosso tamanho!”,
sintetizou o taxista Val, que hoje chegou um pouco mais tarde ao seu ponto –
esquina da Henrique Capitulino com a Conselheiro Aguiar, em Boa Viagem – num
claro entendimento do que são as mudanças no futebol.
O Santa Cruz segue sendo um
dos grandes clubes do futebol brasileiro, mas no momento está desidratado. O
processo de soerguimento é desafiador. Chega a ser doloroso ante sua
complexidade. Cada série com os seus desafios e suas peculiaridades. As Séries
C e D são como areias movediças, quando se cai nelas é difícil sair. Eis a
razão pela qual, o clube que possui uma das torcidas mais apaixonadas do
futebol brasileiro, tem um histórico de 14 anos patinando neste indesejado
lamaçal.
A queda de produtividade na
reta final da fase de classificação foi um sinal de alerta de que o acesso
seria dificílimo. E haja dificuldade. Decisão nos pênaltis com o Sergipe no
mata, mata da segunda fase; nova decisão nos pênaltis com o Altos, do Piauí,
nas oitavas de final e a heroica vitória (1x0) sobre o América/RN, com um gol
nos minutos finais da primeira partida do mata, mata das quartas de final. A
vantagem do empate no jogo em Natal assegurou o acesso do Santa Cruz.
O espocar dos fogos foi ouvido
nos morros de Casa Amarela e em Boa Viagem, como em quase todas as cidades da
Região Metropolitana do Recife, e do Interior do Estado. Estamos falando do
início da ressurreição de um dos clubes mais populares do País.
O desafio do presidente Bruno
Rodrigues, novo herói do Arruda, e dos novos gestores, é entender as mudanças.
Para se ter sucesso na Série C é fundamental montar um grupo com qualidade de
Série B. Como nos ensinou o mestre Paulo Jardel: “Nada substitui o talento”.
O Santa Cruz disputará a
semifinal com o Maranhão. Após a garantia do acesso, o que vier é lucro, mas um
título é sempre bom para massagear o ego do torcedor.
E viva o primeiro passo!

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