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Equipe do João de Barros, depois América |
No início do campeonato era
João de Barros; terminou América
LENIVALDO ARAGÃO
A primeira edição do Campeonato
Pernambucano foi em 1915, com a participação de seis clubes, Centro Esportivo
Peres, Coligação Recifense, Flamengo (campeão invicto), João de Barros (depois
América), Santa Cruz e Torre. Interessante é que depois dos seus dois primeiros
jogos, o João de Barros passou a figurar na tabela, como América.
Fundado
em 12/4/1914, o clube surgido na Estrada – hoje Avenida - João de Barros mudou
de nome em 8/8/1915, depois de uma visita do América Carioca ao Recife. Os
dirigentes do João de Barros atenderam a uma sugestão de João Evangelista Belfort
Duarte, um maranhense radicado no Rio de Janeiro, de muita influência no futebol
brasileiro. Belfort, que também era árbitro, chegou a dirigir um encontro pelo
campeonato, entre o Torre e o João de Barros. Como jogador, Belfort tinha sido
campeão carioca pelo América´-RJ, em 1913.
Ele
acompanhou o time de camisa vermelha da então capital do Brasil na excursão a
Pernambuco. Na oportunidade, Belfort fazia um movimento em todas as partes do
País, visando à criação de uma entidade nacional destinada a reger o futebol
brasileiro de forma unificada. Graças à sua persistência terminou surgindo a
Federação Brasileira de Sports (FBS), fundada em 8 / 6 /1914, sediada no Rio, depois
transformada em Confederação Brasileira de Desportos (CBD), hoje Confederação
Brasileira de Futebol (CBF).
No
Recife, além da mudança de nome, convenceu os dirigentes do novo América
trocarem o verde pelo vermelho, no que foi atendido. Porém, algum tempo depois,
o Alviverde, hoje localizado na Estrada do Arraial, na Zona Norte da capital
pernambucana, voltou às duas cores iniciais.
PRÊMIO
BELFORT DUARTE
Belfort
pregava respeito total aos adversários, e até denunciou um pênalti cometido
por ele mesmo e que o árbitro não havia visto, quando jogava pelo América-RJ,
do qual foi presidente.
A partir de 1946 passou a ser entregue o Prêmio Belfort Duarte – uma medalha de prata para o jogador profissional, ou de ouro, para o amador –, que passasse dez anos sem ser expulso, tendo jogado pelo menos 200 partidas nacionais ou internacionais. O atleta recebia também um diploma e passava a ser reconhecido por seus relevantes serviços prestados ao futebol, com direito a entrar gratuitamente em qualquer estádio do País. Em Pernambuco, entre os laureados estão Alcidésio, Ivanildo Espingardinha e Bita (Nautico), Gena (Náutico e Santa Cruz), Hélmiton (Náutico e Sport), João Carlos (Sport) e Jucélio (Central).Depois de uma paralisação em 1981, o PBD voltou a funcionar em 2008, por intermédio da Rede Globo.
Uma
coincidência é que Belfort, nascido em São Luís-MA em 27-11-1883, morreu no Rio,
no dia em que completou 35 anos – 27-11-1918.
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