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| Sem futebol e sem torcida contra o Vitória (Foto: Genival Paparazzi) |
CLAUDEMIR GOMES
A última segunda-feira do mês de novembro de 2025 foi frustrante para o torcedor do Sport que, no domingo, dormiu tendo pesadelos. Afinal, foi obrigado a digerir a oitava derrota consecutiva sofrida pelo time leonino no Brasileiro da Série A. A tão aguardada definição do ex-presidente, Severino Otávio, se aceita, ou não, a missão de suceder o presidente Yuri Romão, no ápice de uma das maiores crises administrativas da história do clube rubro-negro foi adiada. Em contrapartida foi divulgada a notícia de que o fornecimento de energia elétrica havia sido interrompido por falta de pagamento. Dizem que, de um edifício ao lado do estádio ouviu-se uma voz: “Eu nesse coco não vadeio mais, apagaram o candeeiro e derramaram o gás”. A voz era parecida com a de Branquinho, mas ninguém tinha certeza. O fato é que, com o apagão, os rubro-negros sequer podiam utilizar a célebre frase: “Quem sair por último apague a luz!”. Como a sede monumental está sem teto, e com a vila olímpica no escuro, o cenário de devastação – tipo ruínas pós-guerra – é a tradução fiel do momento vivenciado pelo Clube da Ilha do Retiro. Val – o taxista tricolor – que faz ponto na esquina da Rua Henrique Capitulino com a Av. Conselheiro Aguiar, em Boa Viagem, destila veneno o tempo todo com suas gozações. “O presidente do Sport está careca de saber que tudo isso ia acontecer”, disse alto e bom som quando me viu, para em seguida se esbaldar numa gargalhada. Faz sentido. Ao trazer uma Legião Estrangeira para a Ilha do Retiro, o presidente em exercício tentou dar uma nova identidade ao Sport. Importou executivos que não tinham conhecimento da história do clube; da cultura do Estado; do amor dos verdadeiros rubro-negros. Enfim, não conheciam nada sobre a maior tribo do futebol pernambucano. Dinheiro foi jogado para cima e queimado como balões juninos. E a Torre de Babel rubro-negra não alcançou o “céu” sonhado por um grupo de idiotas que segue cometendo equívocos. Se vivo ainda estivesse, o mestre Nelson Rodrigues certamente escreveria em uma de suas crônicas: “A Ilha do Retiro foi ocupada por um monte de idiotas”. Nelson tinha medo dos idiotas. Não porque eles fossem mais inteligentes, e sim, porque são muitos.
Após a derrota sofrida para o Vitória (3x1), domingo na Ilha do Retiro, o diretor geral de futebol, um dos “estrangeiros” que aportaram na Ilha, deu um show de aberrações na coletiva de imprensa. Oportunismo puro de quem tenta se apresentar como bom timoneiro de um barco que afundou por conta de sua incompetência, e a dos seus pares. Das 22 derrotas amargadas pelo Sport, até o momento, no Brasileiro da Série A, 10 foram como mandante. O clube vem de 8 derrotas consecutivas, sequência nunca registrada na sua história. A Legião Estrangeira montada por Yuri tem executivos; técnico, jogadores..
O Sport perdeu sua identidade. O público presente no estádio,
domingo, foi tão pequeno que não deu para ecoar o grito: “Fora Yuri Já”. A
torcida do Vitória foi bem mais ruidosa. Para a Legião Estrangeira isso pode
não representar nada. Entretanto, para os verdadeiros rubro-negros é uma
humilhação sem precedentes. O adiamento da resposta de Branquinho foi bastante
lamentado, pois pior do que o estrondo causado pelo desmoronamento do Sport é o
silêncio, e a aquietação, dos que podem fazer algo e seguem estáticos. Bom! A
terça-feira promete. Severino Otávio – Branquinho – vai conversar com algumas
lideranças do Sport. Sabatinado por repórteres ele revelou que, tem 50% de
chance de ele aceitar o desafio. A essa altura dos acontecimentos já sabe o que
quer, e o que vai fazer.

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